Rio Grande do Sul

CIÊNCIA

Estudo mostra que uso de máscara reduz em 87% a chance de contrair covid-19

Dados também apontam que quanto maior a adesão ao distanciamento social, menor a chance de infecção pelo SARS-CoV-2

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Estudo sugere ainda que o distanciamento social é uma arma para evitar o colapso do sistema de saúde - Divulgação

O uso de máscaras reduz em 87% a chance de ser infectado pela covid-19. Este é o resultado de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS).

Além disso, a pesquisa conclui que pessoas que aderem ao distanciamento social têm entre 59% e 75% menos chances de contrair o novo coronavírus. O artigo foi publicado na revista científica Lancet, mas ainda não foi revisado por pares. Confira o artigo aqui.

Após a divulgação do estudo, o professor da Faculdade de Medicina da UFRGS, Marcelo Gonçalves, reforçou a orientação do Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia do Governo do Estado sobre o uso das máscaras.

Em um documento divulgado em 20 de fevereiro, os integrantes do comitê ressaltam: “Algumas opções são duas máscaras de pano, uma máscara cirúrgica com máscara de pano por cima, ou uma máscara do tipo PFF2 com selo do Inmetro. O importante é que ela seja bem colocada, tapando o nariz e a boca e não deixando vazar ar. Para caminhar ao ar livre, em locais sem aglomeração, pode ser usada uma máscara simples”.

O comitê também recomenda manter distanciamento mínimo de dois metros e dar preferência a ambientes ao ar livre ou bem ventilados. As orientações detalhadas podem ser acessadas aqui.

Em contato com a reportagem do Brasil de Fato RS, o professor ainda afirmou: “Neste momento de colapso do sistema de saúde gaúcho e brasileiro, a chamada sincronização da pandemia, é fundamental que medidas de distanciamento social e o uso de máscaras estejam mais do que nunca presentes no nosso dia a dia. Enquanto não houver uma cobertura vacinal adequada da população, nossa tábua de salvação será a adesão aos protocolos ditados pela ciência”.

Sobre o estudo

Segundo a UFRGS, os pesquisadores partiram de uma lista fornecida pela SMS de 3.437 pacientes testados positivamente para covid-19. Após algumas triagens – em que excluíram, por exemplo, profissionais de saúde – os cientistas contataram 271 pacientes e aplicaram um questionário com perguntas sobre uso de máscaras, grau de adesão ao distanciamento social e frequência de atividades fora de casa. Como grupo-controle (para fazer a comparação com o primeiro grupo), foram utilizados resultados de 1.396 pessoas testadas pelo estudo EPICOVID, liderado pela UFPel e que observa a prevalência de infectados pela covid-19. Fizeram contato com essas pessoas, e elas responderam às mesmas perguntas feitas para o outro grupo.

Um dos pesquisadores que integra o estudo, o professor da Faculdade de Medicina da UFRGS Bruce Duncan afirma que, ancorado nos dados – coletados ainda no início da pandemia –, é possível dizer que essas medidas têm um papel importante na prevenção da doença: "A adesão moderada ou alta ao distanciamento social foi fortemente protetiva contra a doença, representando um risco 72% e 75% menor de contágio, respectivamente. O uso da máscara foi associado a um risco 87% menor de contrair o vírus".

Os pesquisadores destacam no artigo que, uma vez que os profissionais de saúde foram excluídos das amostras, os resultados demonstram como esses cuidados protegem a população em geral da covid-19.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS

Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.

Edição: Marcelo Ferreira