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Quantos livros escritos por mulheres você já leu?

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Autora de Sula, Toni Morrison recebeu o Nobel de Literatura em 1993. - Reprodução
Leia livros escritos por mulheres

Atualmente, a Academia Brasileira de Letras tem 40 membros e apenas cinco são mulheres.  

Dos 117 Prêmios Nobel de Literatura, somente 16 são de mulheres. 

Segundo pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, formado por um coletivo de pesquisadores e pesquisadoras vinculados à Universidade de Brasília, 70% dos livros publicados entre 1965 e 2014 foram escritos por homens. 

Esse cenário precisa mudar. E o que você pode fazer aí da sua casa para contribuir? 

LEIA LIVROS ESCRITOS POR MULHERES! 

Deixaremos aqui uma lista com 13 sugestões de leituras incríveis. Tem autoras de diversos países. E tem livros para todos os gostos: autobiografia, romance, ficção científica, contos. 

1. Sula, de Toni Morrison 

O surpreendente romance relata com extrema sensibilidade a amizade entre duas mulheres. Com honestidade a autora estadunidense dialoga conosco sobre o quanto é revolucionário um corpo feminino preenchido de liberdade e coragem. Toni Morrison recebeu o Nobel de Literatura em 1993. 

2. O engate, de Nadine Gordimer 

Um ousado e forte romance que nos apresenta uma história de amor atravessada pelas tantas questões em fluxo na África do Sul pós – apartheid. 

A sul-africana Nadine Gordimer é também umaumas das 16 ganhadoras do Nobel de Literatura. Recebeu o prêmio em 1991. 

3. Americanah, de Chimamanda Ngozi

Partindo dos relatos de vida da personagem Ifemelu, a autora nigeriana debate com sensibilidade, profundidade e uma boa dose de humor questões importantíssimas sobre imigração, racismo e desigualdade de gênero.

4. O país sobre minha pele, de Gioconda Belli

Nesta envolvente autobiografia, a poetisa nicaraguense narra sua trajetória no processo revolucionário Sandinista, que derrubou a ditadura em seu país e marcou profundamente a história da América Latina no século XX. 

5. Cartas para minha vó, de Djamila Ribeiro

O livro é um convite para quem lê, um chamado para um mergulho na sua própria história. Com generosidade e muito compromisso político, a autora paulista compartilha histórias de sua vida que inspiram luta por meio de lindas cartas escritas para sua avó Antônia.

6. O Céu da Meia Noite, de Lily Brooks Dalton

As histórias de Augustine, um ancião astrônomo perdido no Ártico e de Suliivan, uma jovem astronauta em missão ao redor de Júpiter são exploradas pela autora estadunidense propondo reflexões e questionamentos sobre os sentidos da vida e da existência humana. O livro é uma belíssima ficção científica cheia de aventuras, emoções e surpresas. 

7. Revolução de Anita, de Shirley Langer

A obra é um relato ficcional de Anita, uma jovem cubana que participou da ampla campanha de alfabetização realizada no país em 1991. A canadense Shirley Langek revela no livro o gigantesco impacto social do processo que, em cerca de um ano, alfabetizou mais de 700 mil pessoas. 

8. O pássaro Secreto, de Marília Arnaud 

A autora brasileira narra os dramas da adolescente Aglia, que são tão comuns a tantos outros jovens. O romance coloca em destaque a necessidade urgente de olharmos com mais atenção para a juventude na perspectiva de construirmos um futuro com relações humanas mais saudáveis e menos violentas. 

9. Tudo que deixamos para trás, de Maja Lunde 

E se as abelhas desaparecessem do planeta? Um trágico cenário se instalaria. A partir dessa análise a norueguesa Maja nos propõe pensamentos inquietantes sobre questões ambientais e também sobre as relações humanas. 

10. A convenção dos Ventos: Agroecologia em contos, de Ana Primavesi

A obra representa uma divertida introdução ao mundo da Agroecologia por meio de contos. O livro é para todas as idades. Ana Primavesi, austríaca radicada no Brasil, foi uma grande cientista e é referência mundial em agroecologia.

11. Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo

Esse livro de contos de Conceição Evaristo publicado em 2011, revela um retrato de solidariedade e afeição feminina, por tocar no que é essencial, no que move, no que aproxima e une mulheres e, em especial, mulheres negras.

12. Quarto de Despejo, de Maria Carolina de Jesus

O livro retrata o cotidiano na favela e a dor da fome, a partir da realidade vivida e contada por Maria Carolina de Jesus, que viveu por longos anos na favela do Canindé, em São Paulo, junto aos três filhos. Publicado em 1960, o livro escancara a realidade da população mais pobre do país.

13. Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves

A partir da história de Kehinde que conhecemos uma outra história de Brasil. O romance narra a história de uma africana que foi roubada do reino de Daomé, atualmente Benin, para ser escravizada no território brasileiro. Apesar de ficcional, a escrita nos reporta ao séc. XIX e nos convida a reconhecer a diáspora que existe em nós.

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato DF.

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Edição: Flávia Quirino