As ameaças de um Enem “com a cara do governo” demonstram o despreparo deste governo e desconhecimento de como são formuladas as provas.
Só com uma intervenção de força, um estupro isto seria possível. As provas são sorteadas, pelo grau de dificuldade, de um Banco de Itens (questões) com milhares de itens. Este banco está permanentemente recebendo novos itens, os quais passam antes por um complexo processo de testagem que define sua maior ou menor complexidade.
Nenhum item pode ser acrescentado a este banco sem passar por este processo e se o fosse pela força estaria sujeito ao sorteio eletrônico. Ou seja, a montagem da prova é feita, praticamente, sem intervenção humana.
Mas pretender que Bolsonaro saiba disto é pretender muito. Por último, testemunho, novamente, a competência, o profissionalismo e a coragem dos técnicos do INEP.
Viva o Serviço Público!
* Eliezer Pacheco é ex-presidente do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Marcelo Ferreira