Rio Grande do Sul

RISCO CLIMÁTICO

Ciclone com ventos extremamente fortes coloca o Rio Grande do Sul em alerta máximo

MetSul Metereologia analisa que fenômeno raro pode trazer ventos com força de furacão superiores a 120 km/h

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ciclone tem estrutura semelhante a de ciclone tropical - Fonte: MetSul Metereologia

Um ciclone incomum e de rara intensidade se aproxima do Rio Grande do Sul e pode gerar chuvas torrenciais e rajadas de vento extremamente fortes entre esta terça (17) e quarta-feira (18), informa a MetSul Metereologia. Os ventos podem atingir força de furacão, com velocidade acima de 100 km/h em diversas localidades e superiores a 120 km/h em parte do Leste gaúcho.

A Defesa Civil estadual destaca que a umidade poderá causar chuva nas maiorias das regiões gaúchas, podendo ser pontualmente forte entre a região Sul e a região Metropolitana. Também não descarta a ocorrência de chuva congelada em pontos isolados e de neve nos Campos de Cima da Serra. O estado pode registrar temperaturas baixas ao longo da semana, com previsão de temperaturas mínimas de 3° na Serra e 9° na região da Campanha.

Porto Alegre está sob alerta de tempestade, conforme a Defesa Civil municipal, desde às 15h desta segunda-feira (16) até às 23h59 de quarta, com condições "favoráveis à ocorrência de chuvas de intensidade de moderada a forte, com ventos intensos e rajadas que poderão variar entre 60Km/h e 100Km/h". Durante a vigência do alerta, há risco de corte de energia elétrica, queda de árvores e materiais publicitários/sinalizações, destelhamentos e alagamentos na cidade de Porto Alegre.

Ciclone sem precedentes

Os modelos numéricos convergem em indicar um ciclone de trajetória retrógrada, do mar para o continente, em direção ao Sul gaúcho, informa a MetSul. Depois, moveria-se de Sul para Norte sobre o Leste do Rio Grande do Sul ou margeando a costa do estado até alcançar o Sul de Santa Catarina, onde recurvaria novamente em direção ao oceano, perdendo intensidade.

A MetSul ressalta que a pressão no centro do ciclone pode cair a valores tão baixos quanto 980 hPa ou menos, equivalentes a de um furacão categoria 1 fosse um ciclone tropical no Atlântico Norte. Desde o furacão Catarina, de março de 2004, não se observava os modelos indicarem pressão tão extraordinariamente baixa junto à costa do Rio Grande do Sul.

Não há precedentes na história recente de um ciclone tão profundo em meses frios do ano na latitude do como o que os modelos projetam para amanhã e a quarta-feira, pontua a MetSul.

O consenso na comunidade meteorológica é que se tratará de um ciclone subtropical e que vai ser batizado pela Marinha do Brasil como uma tempestade subtropical de nome Yakecan ou “o som do céu” na língua tupi-garani. O último ciclone a ter sido nomeado na costa brasileira foi a tempestade subtropical Ubá, em dezembro de 2021.

Segundo Norma da Autoridade Marítima para Meteorologia Marítima (NORMAM-19), explica a MetSul, ciclones atípicos (subtropicais e tropicais) que se formam no mar territorial brasileiro são nomeados.


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Edição: Marcelo Ferreira