Rio Grande do Sul

(In)dependência?

Coletiva de imprensa sobre o 28º Grito dos Excluídos e Excluídas será nesta segunda-feira (5)

Organizadores vão receber os veículos de comunicação às 14h no Armazém do Campo em Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Panfletos estão sendo distribuídos nas comunidades para mobilizar a população - Divulgação

A 28ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas acontece na próxima quarta-feira, 7 de setembro. Em Porto Alegre, a edição deste ano está programada para acontecer pela manhã, nas ruas do bairro Partenon. O dia de luta irá reunir organizações da sociedade civil, trabalhadores e trabalhadoras, representantes de movimentos sociais, pastorais sociais e comunidades.

:: Conheça a história dos 28 anos do Grito dos Excluídos e das Excluídas ::

Entre as atividades preparatórias, no sábado (3), a partir das 14h, a articulação do Grito na região Metropolitana de Porto Alegre apoiará o lançamento da campanha nacional intitulada “Eu voto contra a fome e a sede”, a ser realizada no Colégio Murialdo (Rua Vidal de Negreiros, 417, bairro São José, Porto Alegre). Ainda no sábado, a partir das 15h, haverá uma caminhada de mobilização da população do bairro Partenon e arredores para divulgar o 28º Grito dos Excluídos e Excluídas, com a distribuição do jornal impresso do Brasil de Fato RS.

Já na segunda-feira (5), às 14h, acontece uma coletiva de imprensa, com informações sobre o 28º Grito. A imprensa será recebida no Armazém do Campo (Rua José do Patrocínio 888, Cidade Baixa, em Porto Alegre), quando será divulgada a programação completa do evento. Estarão representando a organização:

Grito das Mulheres: Helena Fagundes, costureira, liderança da Bom Jesus e do Coletivo Feminista Outras Amélias
Grito dos/as trabalhadores/ras: Amarildo Cenci, pelas Centrais Sindicais
Grito da juventude/luta antirracista: Victor Lisboa, Levante Popular da Juventude
Grito dos trabalhadores sem terra e camponeses que produzem a comida que alimenta a nação: Geronimo Pereira da Silva (Xiru), do MST
Coordenação do Grito: Roseli Pereira Dias, da Caritas RS/Comissão Episcopal Pastoral Sócio Transformadora da CNBB

O tema permanente da campanha do Grito dos Excluídos e das Excluídas é “Vida em Primeiro Lugar”, e o lema deste ano será “Brasil, 200 anos de (in) dependência. Para quem?”. A caminhada da região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) também terá como chamada geral “Vida e Democracia: Não ao Golpe! Por Comida, Terra, Teto e Trabalho”. A atividade vai se encerrar com um ato Inter-religioso. Ao longo do trajeto, ocorrerão apresentações culturais e interação com as comunidades do entorno.

Sobre o Grito dos Excluídos

O Grito dos Excluídos e das Excluídas ocorre em todo o Brasil desde 1995. A ideia de lançar o Grito surgiu durante a 2ª Semana Social Brasileira (1993/1994), a partir de uma reflexão sobre o Brasil, as alternativas possíveis e seus/suas protagonistas. Mais do que uma articulação, o Grito é um processo, é uma manifestação popular carregada de   simbolismo, que integra pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos e excluídas.

Durante muitos anos, a caminhada dos excluídos e excluídas foi realizada na sequência do desfile militar do dia 7 de setembro. Desde 2019, o comitê de organização do Grito na região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) decidiu fazer o Grito rodar pelas cidades da região, sobretudo nas periferias, como uma forma de valorização das comunidades e suas lutas. Por esta razão, naquele ano, realizou a manifestação em Canoas, junto às comemorações dos 40 anos de existência da Vila Santo Operário, que marcou a luta pelo direito à terra em território urbano.

Em 2020, no cenário de pandemia que assolou o país, o Grito foi virtual, e em 2021, quando voltou a ser realizado presencialmente, voltou para Porto Alegre, sendo realizado embaixo do viaduto Dona Leopoldina.

“As comemorações oficiais do Bicentenário da Independência começaram de modo curioso, com a chegada do coração de D. Pedro I. O gesto indica uma valorização da historiografia oficial e dos 'heróis' que estampam monumentos pelo país. Mas, há 28 anos, um movimento se organiza para dar voz a quem não teve desde o famoso Grito do Ipiranga”, afirma texto no site oficial do Grito.


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Edição: Katia Marko