A Prefeitura de São Leopoldo lançou o programa Conviver São Léo para dar suporte e atendimento psicológico aos estudantes da rede municipal de ensino da cidade. Considerando a intensificação dos casos de transtornos mentais entre jovens percebida pelos educadores durante a pandemia da covid-19, cerca de 50 profissionais da área de assistência à saúde mental serão contratados para atuar nas escolas públicas do município.
O trabalho será realizado de forma coletiva, com a formação de grupos sistemáticos com estudantes, equipes diretivas, professores e funcionários das próprias instituições, conforme demandas da comunidade escolar. No total, serão investidos R$ 934 mil para executar o programa em todas as escolas de nível fundamental e educação infantil de São Leopoldo. Com duração de seis meses, prorrogáveis por um ano, o início está previsto para ocorrer ainda em setembro.
No ato de apresentação, no auditório da Escola Gusmão Britto, no início de setembro, o prefeito Ary Vanazzi afirmou que o maior desafio imposto pela pandemia diz respeito às relações humanas. “Diagnosticamos, de fato, uma dificuldade imensa com o retorno das aulas presenciais. Computador, telas interativas nós resolvemos com um edital. Mas nosso olhar vai além. Temos que cuidar das pessoas, cuidar da vida. Estamos dando o primeiro grande passo com a contratação dos psicólogos."
Pai de uma adolescente e de um menino de 3 anos, Vanazzi citou o exemplo que vive na sua família. “É uma realidade que vejo em casa. Meu filho sabe pesquisar e se entretém na frente da tela por horas. Nossa responsabilidade como pais e administradores é integrar a modernidade com a vida social. Como transformar o celular numa solução e não em um problema?”, provocou o prefeito diante da plateia formada por diretores, alunos e professores.
Programa Conviver São Léo
Conforme a assessora de assuntos intersetoriais da Smed, Renata Mattos, o trabalho se somará ao que já vem sendo desenvolvido pelo Núcleo Interdisciplinar de Saúde na Escola (Nise), criado em 2017. “Entendemos que a presença sistemática de um psicólogo em cada escola poderá auxiliar no sentido de promover a realização de grupos com estudantes, professores, trabalhadores e equipes diretivas. Ou seja, os profissionais serão multiplicadores da proposta de intervenção que já vem desenvolvendo nas escolas do município pelo Nise”, destacou. Os interessados devem se inscrever pelo site da Prefeitura neste link da Secretaria da Educação, onde consta o edital, clicando aqui.
Presente no evento de abertura, o secretário da Educação, Ricardo da Luz, lembrou a necessidade de se construir uma solução coletiva. “Vamos apostar na efetivação de um trabalho em grupo, de uma escuta partilhada, a qual possa acolher a complexidade das demandas decorrentes da pandemia e auxiliar as escolas a construir modos de elaboração de momentos tão difíceis, que precisam de cuidado, diálogo, vínculo e corresponsabilização das experiências”, reforçou.
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De acordo com o relatório "Situação Mundial da Infância 2021: Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças", do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos apresentam quadros de ansiedade, depressão e fobia social diagnosticados, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde. O estudo também indicou que apenas 2% dos orçamentos de saúde do governo são alocados para gastos com saúde mental em todo o mundo.
* Com informações da Prefeitura de São Leopoldo
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Edição: Katia Marko