Rio Grande do Sul

Campanha de mentiras

As chamadas fake news dominam as eleições 2022

Redes sociais estão cada vez mais no centro das estratégias eleitorais e notícias falsas seguem fortes como em 2018

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Fake news são feitas de propósito e o produtor busca atingir o público, para mobilizar e gerar emoções - Reprodução

A utilização de mentiras para obter fins políticos é antiga na história da humanidade. Porém, com a evolução da tecnologia e, principalmente, da internet, essa situação ficou mais intensa e, até mesmo, mais perigosa.

Hoje em dia, o termo da moda para falar sobre isso ficou conhecido com uma palavra em inglês: “fake news” (ou “notícias falsas”, traduzindo).

Segundo o jornalista e pesquisador Frederico Oliveira, em entrevista ao Brasil de Fato, as fake news são mensagens maliciosas que parecem verdadeiras.

Além disso, elas são produzidas intencionalmente, com o objetivo de influenciar pessoas, para atingir objetivos políticos.

Se liga: fake news não são boatos, que surgem espontaneamente e são passados adiante sem responsabilidade (o famoso “telefone-sem-fio”). Também não é a mesma coisa que um erro jornalístico.

As fake news são feitas de propósito! O produtor busca atingir o público, para mobilizar e gerar emoções.

Mentira é manipulada para a política

Segundo o analista de redes sociais Lúcio Uberdan, as fake news estão muito presentes na internet nas eleições desse ano, assim como em 2018.

“Entre elas, abordagens de cunho religioso são as principais, assim como a situação dos processos de Lula, o combate ao ‘comunismo’ e todo um grande leque de questões morais, com temas como aborto, relações homoafetivas e família”, destaca.

Na véspera do primeiro turno, por exemplo, um site divulgou um suposto áudio de que um líder de uma facção criminosa teria confessado que iria votar em Lula. Por ser uma mentira grosseira, rapidamente, a Justiça mandou retirar do ar a matéria, que havia sido compartilhada por diversos sites.

Porém, já era tarde: no Youtube de uma rádio famosa de São Paulo, a fake news teve mais de 1,7 milhão de visualizações antes de sair do ar. O levantamento foi feito pela Agência Pública.

Ou seja, por mais rápido que uma farsa seja descoberta, muitas pessoas são atingidas pela mensagem falsa. Mesmo que o responsável venha a se retratar, é quase impossível restabelecer a verdade por completo.

Dessa forma, as notícias falsas são um perigo para o país, pois contribuem para um clima de desconfiança e insegurança entre as pessoas, ao fazer a população se guiar por mentiras.

Nas eleições, situação é ainda mais perigosa

Nas eleições, a situação fica ainda mais complicada. O período de campanha tende a ser bastante movimentado, em que se busca levantar os pontos positivos de seu candidato, e os negativos do adversário.

Nesse sentido, candidatos ruins ou desonestos podem se utilizar das fake news para passarem uma imagem de que são pessoas boas. Por outro lado, a mesma ferramenta pode servir para destruir a reputação de uma pessoa inocente.

Por isso, a importância de conseguir informações confirmadas, que tiveram sua veracidade checada, através de veículos jornalísticos com credibilidade.

Uberdan afirma que o posicionamento mais efetivo da Justiça em relação à produção e propagação de informações falsas mostrou que essa estratégia traz consequências negativas para os produtores.

Por exemplo, diversos produtores de conteúdo que ganharam notoriedade espalhando mentiras sobre as vacinas e sobre a pandemia foram banidos de diversas plataformas.

Além disso, a pressão da sociedade, exigindo uma rede social mais saudável, também contribui para o estabelecimento de um ambiente virtual mais imune a produtores de informação maliciosa.


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Edição: Marcelo Ferreira