Paraíba

ALPB 2023

“Desafio da esquerda é traduzir a força que demonstramos no voto em Lula”, diz deputada

Reeleita com mais de 31 mil votos, Cida Ramos será a única representante feminina da esquerda paraibana no Legislativo

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Petista enfrentará política "fortemente oligarquizada" na Assembleia Legislativa da Paraíba - Reprodução

Quatro anos depois de entrar para a história da política paraibana como a deputada estadual mais bem votada, a professora e assistente social Cida Ramos (PT) será, a partir de 2023, a única representante feminina da esquerda na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

Reeleita deputada estadual com 31.819 votos, Cida Ramos credita o sucesso da votação principalmente ao trabalho desenvolvido junto aos setores populares e médios da população, em especial aos professores e professoras do estado.

“Minha votação expressa esse trabalho. Mas também busquei fazer um trabalho no parlamento repleto de lutas e proposituras que alcançassem toda a população. Esse foi, por assim dizer, o ‘segredo’ do êxito de nosso objetivo de reeleição”, explicou.

"Brecha"

Ao analisar os resultados das Eleições 2022 na Paraíba, Cida chama atenção para a contradição política expressa nas urnas no primeiro e segundo turno.

Para a deputada, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em todos os municípios e com 1,6 milhão de votos (66,6% dos válidos) no estado revela uma “brecha” no meio da política “fortemente oligarquizada” que se manteve, por exemplo, na composição da ALPB e da bancada paraibana na Câmara dos Deputados.

“Na Paraíba, a política continua fortemente oligarquizada e convive, contraditoriamente, com votações expressivas e majoritárias consagradas na candidatura de Lula, que não desorganizam esse sistema oligárquico, mas permitem uma brecha de expressão das demandas dos mais pobres no sistema político”.  

Em relação aos desafios para o próximo mandato, a petista destaca o enfrentamento à extrema-direita e aos representantes da oligarquia paraibana, e a luta pelos direitos da população, em especial dos setores populares.

“A composição da Assembleia não mudou em relação a das eleições de 2018. A extrema direita bolsonarista coloca candidatos muito bem votados na Assembleia. Os candidatos da oligarquia também retornam com força. Um desafio da esquerda é traduzir a força que demonstramos no voto em Lula aqui no Nordeste e na Paraíba”, concluiu.

Edição: Maria Franco