Rio Grande do Sul

Infraestrutura

Escola do Campo em assentamentos de Jóia (RS) reinvindica reformas e melhorias nas estradas

Educandos, educadores, pais e responsáveis se reuniram com o prefeito do município para debater propostas

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Escola do Campo reivindica restauração de ginásio esportivo e manutenção de estradas em assentamento de Jóia - Foto: assessoria MST/RS

Educadores, pais e educandos dos Assentamentos Rondinha, Barroca, Tarumã e 31 de Maio, situados no município de Jóia (RS), reivindicam melhorias nos assentamentos. Eu reunião com o prefeito, Adriano Marangon (PP), e com o secretário administrativo, José Carlos Salles Machado, na última quinta-feira (10), o grupo cobrou ações concretas do executivo. Também estava presente o vereador Inácio Levinski (PT).

Inicialmente foi apresentado pelos presentes a dificuldade de acesso à escola, principalmente em dias de chuva, devido a precariedade das estradas. “Eu moro no Assentamento Barroca, há 15 km da escola, e o acesso em dias de chuva é perigoso pela falta de manutenção das estradas”, explica a educanda Talita Estulano de Oliveira. 


Educandos, educadores, pais e responsáveis se reuniram com o prefeito do município para debater os problemas / Foto: Daniel Piovesan

“Nosso deslocamento até a escola nos dias normais já é uma dificuldade porque as estradas são de péssimas qualidades. No entanto, quando chove tem alguns trechos que ficam intransitáveis pondo em risco a vida das crianças e de todas as pessoas no transporte escolar”, afirma a mãe e educadora Leila Marques do Assentamento Tarumã, localizado a 12km da escola.

De acordo com ela, em determinados lugares da estrada, nos dias de chuva o ônibus desliza, correndo o perigo de capotar, cair no barranco ou até mesmo, em alguns trechos, em rios. Isso tudo acontece por falta de cascalhamento nas estradas, e sem a manutenção das mesmas. 

De acordo com as famílias Sem Terra, a chuva faz parte do dia a dia do camponês, é importante para as suas produções, mas nunca deveria ser um empecilho para os seus filhos e filhas adquirirem a sua educação. 

Prefeitura pede apoio às famílias

Na conversa com o prefeito Marangon, de acordo com os Sem Terra, foi informado que a principal dificuldade para a administração realizar a melhoria das estradas é a falta de pedras. Portanto, a prefeitura pede para as famílias do assentamento doarem as pedras para que se possa fazer a manutenção das estradas, levando em consideração a urgência do problema. 

Segundo a professora Leila, existem alguns implementos legais em relação a retirada de pedras das propriedades. “De acordo com a legislação municipal, só pode ser retirado uma determinada quantidade de pedras e em determinadas propriedades, e com liberação ambiental. Nós, enquanto moradores, ficamos também com a responsabilidade contribuir na busca dessas propriedades onde estão essas pedras”, pontua a Sem Terra.


Em determinados lugares da estrada, nos dias de chuva o ônibus desliza, correndo o perigo de capotar, cair no barranco ou até mesmo, em alguns trechos, em rios. / Foto Divulgação MST RS

Sem Terra cobram conclusão d ginásio

Outro ponto abordado na audiência foi a reivindicação da execução da obra licitada do Ginásio Poliesportivo Adão Pretto, que encontra-se a menos de 30 dias dos últimos prazos para educação, o qual ainda está em fase inicial. 

O local é destinado para formaturas, esportes escolares, ponto de encontro da juventude, das crianças, das famílias, dos veteranos, da comunidade em geral. No entanto, a empresa responsável pela obra não cumpriu com os prazos, conforme a educadora Leila Marques, portanto, ao não finalizar a obra deixa a comunidade órfã do seu espaço de lazer.

“Não temos um espaço de lazer de qualidade aqui no assentamento” aponta Talita. Segundo ela, o local usado pelos educandos e pela comunidade é a quadra da escola, porém o espaço é pequeno e inviabiliza o seu uso em dias de chuva. 

Segundo o responsável pela obra, o objetivo é entregar o ginásio até o dia 29 de novembro deste ano, com a elétrica pronta, o zinco aberto e as portas em funcionamento, dando, em tese, condições de realizar as formaturas de final de ano no espaço.

“Ficou esse acordo preestabelecido, assim como os banheiros também. Se isso não acontecer, o contrato será rompido imediatamente e uma nova empresa será responsabilizada pela obra”, finaliza Leila. 


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Marcelo Ferreira