Rio Grande do Sul

Piso Regional

Centrais sindicais se reúnem com deputado para discutir piso regional 

Entidades consideram reajuste de 7,7% proposto pelo governo insuficiente e pedem reposição da inflação, que foi 15,58%

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Conforme o deputado Valdeci, o projeto do governo, que está tramitando com pedido de urgência, deve ser votado até o fim deste ano Legislativo - Foto: Joaquim Moura / Assembleia Legislativa

Centrais sindicais do Rio Grande do Sul se reuniram, na manhã desta terça-feira (22), com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), e o coordenador da Frente Parlamentar do Piso Salarial Regional, deputado Luiz Fernando Mainardi (PT). O  tema do encontro foi discutir alternativas que evitem novo calote no salário mínimo regional diante do projeto de lei encaminhado pelo governo do estado. As entidades são contrárias ao reajuste proposto pelo executivo estadual, de 7,7%. 

O índice proposto pelo governo está muito abaixo das perdas inflacionárias calculadas pelas centrais sindicais, que chegam a 15,58%, considerando as perdas de 2019 e 2021. Os sindicalistas reivindicam, também, que seja respeitada a retroatividade da data-base, que é fevereiro de 2022, o que não está previsto no PL. As entidades manifestam contrariedade com a forma como o governo está tratando o reajuste do piso regional.

“Queremos recolocar na pauta do governo e do parlamento a necessidade e a importância para que o mínimo regional do RS tenha reposição pela inflação com incidência a partir da data-base. O governo estadual enviou um projeto que não prevê incidência na data-base deste ano, nem a reposição das perdas salariais do período”, destacou o presidente estadual da Centra Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci.

Por sua vez, o presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, afirma que as centrais não aceitarão o que consideram uma injustiça imposta pelo governo do estado aos mais de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras que dependem do salário mínimo do RS.

"São justamente as categorias mais fragilizadas, que sofrem mais com a inflação que está corroendo a renda das suas famílias, gerando miséria e fome. São as domésticas, os motoboys e os assalariados rurais, dentre outras", enfatizou.

Coordenador da Frente Parlamentar do Piso Regional, o deputado Mainardi pontuou que é necessário negociar e que vê possibilidades reais de mudar a proposta do governo. “O índice que o governo propõe não tem referência em nada. Para nós, é preciso repor a inflação passada, que está em 15,58% desconsiderando 2022”, apontou.

Conforme o presidente Valdeci Oliveira, o projeto, que está com pedido de urgência, deve ser votado até o fim deste ano legislativo. “Talvez possamos votar nos dias 21 ou 22 de dezembro. Até lá tem bastante tempo para que as negociações aconteçam”, disse.

O presidente da Assembleia reconhece que “o índice de 7,7% é completamente insuficiente, longe daquilo que as centrais sindicais reivindicam. Nós estamos aqui para mediar. Teremos todo mês de dezembro para discutir e construir um índice melhor para os trabalhadores”, afirmou. 

Atualmente, as cinco faixas salariais do piso regional variam de R$ 1.305,56 a R$ 1.654,50. Com o reajuste de 7,7%, os valores ficariam de R$ 1.406,09 a R$ 1.781,90. Mesmo assim, o RS continuaria na lanterna, pagando o mais baixo piso regional entre os três estados do Sul do Brasil.

Além da CUT e CTB estiveram presentes dirigentes Força Sindical, Intersindical e UGT.

*Com informações da Assembleia Legislativa, CUT-RS e CTB


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Edição: Marcelo Ferreira