Rio Grande do Sul

PORTO ALEGRE

Manifestação na Vila Bom Jesus movimenta comunidade pela paz

Moradores, lideranças comunitárias e representantes políticos caminharam pelo bairro demandando o fim da violência

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Manifestação percorreu as ruas da vila chamando a atenção para a falta de segurança e a repressão policial sofrida pelos moradores - Foto: Jorge Leão

A luta contra o fim da violência no território reuniu moradores da comunidade Bom Jesus, zona Leste de Porto Alegre, que foram às ruas na manifestação denominada A Bonja Quer Paz, no último domingo (22). Cerca de trinta pessoas de diversos nichos de atuação social estiveram presentes, principalmente lideranças comunitárias.

Os deputados estaduais Adão Pretto (PT) e Matheus Gomes (PSOL) compareceram à passeata, assim como representantes da deputada federal Bruna Rodrigues (PCdoB). Membros da União da Juventude Socialista, do Movimento Coletivo e do Levante Popular da Juventude também fizeram parte do ato.


Deputados estaduais Matheus Gomes (PSOL) e Adão Pretto (PT) presentes na manifestação / Foto: Jorge Leão

O transcorrer do protesto se deu de maneira pacífica. Os manifestantes se concentraram na Escola Estadual de Ensino Médio Antão de Faria e seguiram pela rua Alfredo Ferreira Domingues. Depois deslocaram-se pela rua Joaquim Pôrto Vilanova, subiram o Beco da F e encerraram o cortejo no Campo do Panamá. Lá, os moradores deram-se as mãos em uma roda e conversaram sobre as pautas pelas quais protestavam.

O local de conclusão do ato foi escolhido por ter sido ocupado expressivamente pelas viaturas da Brigada Militar no final da tarde do dia 12 de janeiro, após o velório do soldado Lucas de Jesus Lima.


Roda de conversa debate os probolemas enfretados pela comunidade da Bom Jesus / Foto: Jorge Leão

Repressão policial atinge trabalhadores e estudantes

“É sempre a mesma coisa, acontecem as guerras do tráfico, depois vem a polícia fazendo batidas e atrapalhando a vida de moradores. A gente entende obviamente o trabalho de segurança da polícia, mas a gente pensa em um trabalho de prevenção” disse Bruno Soares Amaral, 26 anos, educador social.

Os membros da comunidade relatam que os danos colaterais do conflito entre facções criminosas e as forças de segurança costumam recair sobre trabalhadores e estudantes. “A gente não se sente seguro quando a polícia não está, mas quando a polícia está acaba sendo uma repressão que atinge muitos moradores que não tem nada a ver com a história”, complementa Bruno.


Manifestantes percorreram becos da Bom Jesus / Foto: Jorge Leão

“Neste momento nós queremos levantar a pauta contra a violência, mas nós queremos também levantar outras pautas como o descaso do poder público com as comunidades aqui de Porto Alegre”, comentou Dioner Nathan Toledo, 25 anos, morador da Bom Jesus desde os 6 anos.

O subcomandante da Brigada Militar, Coronel Douglas da Rosa Soares, após protocolado um ofício com queixas de moradores, comprometeu-se em averiguar as denúncias de violência policial e responsabilizar quaisquer agentes que praticaram abusos no cumprimento de suas funções. Após a manifestação, o volume do efetivo policial na região diminuiu.


Diálogo com moradores / Foto: Jorge Leão


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Edição: Marcelo Ferreira