Rio Grande do Sul

FSM 2023

Moradia digna e resistência urbana são destaque na Fundação Ecarta

Atividades fazem parte da agenda de eventos do Fórum Social Mundial 2023 e ocorrem nos dias 25 e 28 de janeiro

Eventos convidam a comunidade para debater questões ligadas a moradia digna, despejos e violações de direitos - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 33 milhões de pessoas não têm onde morar no Brasil. O levantamento de 2018 também mostra que 8 milhões estão em locais inapropriados para moradia ou sofrem com riscos de desastres naturais.

Com foco no tema “Moradia Digna é um direito de todas e todos”, o Fórum Social Mundial 2023 promove uma visita guiada à exposição (R)EXISTE!.  O evento ocorre na Fundação Ecarta nesta quarta-feira, 25 de janeiro, às 10h.

Curador e integrante do Projeto Ocupação Cultural (POC), João Kowacs explica que a exposição é um convite para a comunidade conhecer mais sobre as ocupações, os territórios em disputa e como há potência e arte nesses locais.

“Nós vamos explicar o trabalho com cultura, a promoção de acesso à cultura e a produção cultural nestes espaços. A exposição conta com o resultado de oficinas de pintura, mosaico e artesanato em recicláveis realizados em Porto Alegre”, explica João.

Resistência Urbana

Integrando as atividades do Fórum, a Fundação Ecarta também recebe a Assembleia de Convergência: Resistência Urbana pelo Direito à Cidade, Contra os Despejos e Violações de Direitos.

O evento dá sequência ao debate sobre moradia digna, que vem sendo tema de ações que ocorreram no mês de janeiro na Fundação. A assembleia está marcada para o próximo sábado, dia 28 de janeiro, às 14h, na Avenida João Pessoa, 943.

“Esse momento de diálogo entre diversas organizações, especialmente na construção da luta contra os despejos e as violações de direito, é muito importante e representativo. Temos a previsão de uma onda de despejos pela frente. Um mapeamento da Campanha Nacional de Despejo Zero mostra que um milhão de pessoas podem ser despejadas, 11 mil só no Rio Grande do Sul”, conta a a coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e integrante do Instituto Themis, Ceniriani Vargas da Silva

“A ideia é trazer pra pauta essa análise da conjuntura atual, em relação a luta nas cidades e, a partir disso, se pensar estratégias de resistência e pontos de convergência para a construção de uma agenda de luta unitária de todos esses setores”, afirma Ceniriani.

Para Fernando Knup, membro do POC, a assembleia surge da necessidade de discutir o direito à cidade de maneira ampla, que engloba acesso à moradia digna, saúde, educação, cultura e direito de acesso aos bens sociais, como praças, parques e todos serviços que vendo sendo privatizados.

“Esse movimento de privatizações, que aconteceram nos últimos governos, são uma maneira nítida de expulsar as populações empobrecidas e em vulnerabilidade para regiões que não dispõem desses serviços”, alerta Fernando.

Estarão presentes representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Frente Quilombola/RS, Coletivo Projeto Ocupação Cultural (POC), Coletivo Mães da Perifeira, Coletivo Moradia LGBTQIA+, entre outros organizações e movimentos de luta.

SERVIÇO

Visita guiada exposição (R)EXISTE! – Moradia Digna é um direito de todas e todos

Quando: quarta-feira, 25 de janeiro, às 10h

Onde: Fundação Ecarta – Avenida João Pessoa, 943

A exposição pode ser visitada até o dia 5 de fevereiro, de terças a domingos, das 10h às 18h.

Assembleia de Convergência: Resistência Urbana pelo Direito à Cidade, Contra os Despejos e Violações de Direitos

Quando: sábado, 28 de janeiro, às 14h

Onde: Fundação Ecarta – Avenida João Pessoa, 943

Edição: Extra Classe