Distrito Federal

Segurança Pública

Foliões denunciam truculência da PM nos bloquinhos de carnaval do DF

Deputados progressistas criticam ação e prometem discutir casos na Comissão de Direitos Humanos

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Policiais militares do Distrito Federal - Divulgação/Administração de Águas Claras

Durante os blocos de carnaval do último fim de semana, diversos foliões denunciaram nas redes sociais o uso arbitrário da força da Polícia Militar no Distrito Federal.

Relatos e vídeos do uso excessivo de spray de pimenta e abordagens violentas nos blocos do Plano Piloto, Taguatinga e Planaltina chamaram a atenção de parlamentares, que criticaram as ações e prometem providências.

O deputado distrital Fábio Félix (PSOL) afirma que é intolerável essa violência por parte da PM e chama atenção para a contradição com o lema “Carnaval da Paz” lançado pelo governo do DF neste ano. “É intolerável a violência institucional contra os foliões. Depois de dois anos sem Carnaval, o mínimo que a população merece é segurança para ocupar as ruas. Pela Comissão de Direitos Humanos, vamos exigir respostas sobre a dispersão violenta da PM. O GDF prometeu um Carnaval de paz e não é isso que estamos vendo”, disse o parlamentar.

"As denúncias são, em sua maioria, sobre o uso desproporcional da força com o uso de cassetetes e gás lacrimogêneo. Os foliões também reclamam das constantes abordagens e do momento da dispersão" afirmou o deputado Max Maciel (PSOL).

Ainda de acordo com O parlamentar, as denúncias recebidas pelo gabinete serão encaminhadas para Comissão de Direitos Humanos da CLDF. "A PM não espera as pessoas começarem a, naturalmente, voltarem para casa ou irem para outro local, o uso da força para dispersão começa no segundo seguinte ao término da festa", acrescentou.

O deputado Gabriel Magno (PT) também criticou a abordagem da Polícia Militar. “Isso tem acontecido desde o pré carnaval, nos blocos, uma presença muito forte da polícia nos blocos. Isso não é ruim, é bom até porque garante a segurança. O problema é a abordagem que tem sido muito desproporcional", destacou.

"Nós vamos depois oficializar via comissão o cumprimento do pacto, do acordo que foi feito. É um absurdo a polícia querer que o carnaval acabe às 22h, por exemplo, e usar da violência” prometeu ele.

Questionada sobre uma ação que aconteceu no domingo (19) durante o Bloco das Montadas, no Setor Bancário Norte, a PM respondeu em nota que policiais atuaram para "normalizar a situação", após uma denúncia de tumulto no local. A nota diz que os policiais teriam sido  "abordados por foliões que perceberam que outros participantes do evento fizeram uso indevido de gás lacrimogêneo próximo ao palco".

Edição: Flávia Quirino