Rio Grande do Sul

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Com ministros e presenças internacionais, MST faz Festa da Colheita do Arroz Agroecológico

Maior produtor de arroz orgânico do país realiza seu 20º encontro em Viamão (RS); presença de Lula é esperada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro |
20ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico ocorre nesta sexta-feira (17) - Foto: Alexandre Garcia

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra do Rio Grande do Sul (MST-RS) e o Grupo Gestor do Arroz Orgânico realizam, nesta sexta-feira (17), a maior Festa da Colheita do Arroz Agroecológico já organizada pelo grupo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é esperado no evento, que acontecerá no assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre.

O encontro histórico contará ainda com ministros de estado e secretários do governo brasileiro, parlamentares de partidos da bancada progressista e delegações estrangeiras, vindas de países como Argentina, Uruguai, Venezuela e Cuba. Além disso, integrantes de movimentos populares, universidades e organizações de diferentes partes do país confirmaram presença.

Dioneia Soares Ribeiro, agricultora que planta o arroz orgânico no assentamento Lagoa do Junco, em Tapes, falou ao Brasil de Fato sobre a produção do arroz orgânico na região e celebrou a vigésima edição do evento. "A produção de arroz orgânico pelo MST começou no final dos anos 90, inspirada pelos agricultores da região que já praticavam a agroecologia. O uso excessivo de venenos na plantação do arroz convencional, que causava mal-estar nas pessoas, motivou o início da produção agroecológica em pequenas áreas", relembrou.

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"Desde 2017, houve uma queda brusca na produção, possivelmente causada pela interrupção das políticas públicas voltadas para a aquisição de alimentos da agricultura familiar. Atualmente, a produção de arroz orgânico é um desafio considerável, devido ao aumento dos preços do óleo diesel e dos insumos, tornando a cadeia produtiva do arroz muito cara e trabalhosa, especialmente na produção orgânica. No entanto, a produção orgânica é mais barata do que a convencional, embora ainda haja muito a ser feito para aumentar a produtividade e enfrentar os desafios impostos pelo agronegócio", disse Dioneia.

"Essa festa é para ser uma das maiores que a gente já fez, né? Ela está sendo feita num assentamento que é 100% orgânico, livre de agrotóxicos, livre de transgênicos, que tem uma área de proteção ambiental lá. Nós vamos ter a presença de várias autoridades, tanto da política quanto da parte da nutrição e ambientalista. Mas enfim, a gente espera receber umas 5.000 pessoas agora, dia 17 de março", afirmou a militante do MST, que é membro do Grupo Gestor do Arroz Orgânico do movimento.


No dia 17 de março acontece a Festa da Colheita do Arroz Agroecológico no RS, uma das principais cadeias de produção do MST no estado / Foto: Alex Garcia

Segundo o MST, a expectativa é de colher mais de 16 mil toneladas de arroz orgânico, totalizando mais de 320 mil sacas de 50 quilos. A produção acontece em 22 assentamentos, localizados em nove municípios gaúchos, e envolve 352 famílias e sete cooperativas. Esta é a 20ª edição do evento.

Há mais de 10 anos, o MST-RS lidera a lista de maiores produtores de arroz orgânico no Brasil e na América Latina, de acordo com dados do Instituto Riograndense de Arroz (Irga). As famílias assentadas da Reforma Agrária Popular trabalham para a produção do alimento de maneira saudável, com preservação do meio ambiente e em ambiente cooperado, com distribuição de renda e garantia de preço justo para os consumidores.

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"Estamos muito felizes em poder convidar todos, todas e todes a comemorar a 20ª edição com a família do MST, pois é onde reunimos os agricultores, simpatizantes da Reforma Agrária Popular e da bandeira da agroecologia. Nos orgulha muito poder dividir esse momento festivo e também partilhar a nossa produção de forma solidária com a sociedade gaúcha e brasileira", disse Marildo Mulinari, da direção estadual do MST no RS.

O evento vai marcar, ainda, a apresentação da Unidade de Produção de Bioinsumos Ana Primavesi, iniciativa desenvolvida para garantir a fertilidade do solo e reduzir os custos para as famílias que produzem o arroz. A iniciativa foi proposta no Curso Nacional de Bioinsumos, realizado em junho de 2022, no Instituto Josué de Castro, no Assentamento Filhos de Sepé, também em Viamão. Na ocasião, se reuniram agricultoras e agricultores  de oito estados, que trabalham nas cadeias do arroz, feijão, milho, soja, frutíferas e agroflorestas.

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Colheita acontece no próximo dia 17, e Viamão (RS) / Reprodução

Fonte: BdF Nacional

Edição: Marcelo Ferreira e Vivian Virissimo