Rio Grande do Sul

Memória

Teatro de Arena disponibiliza digitalização de textos teatrais censurados

Evento de lançamento do acervo para consulta online ocorre no teatro, em Porto Alegre, às 19h desta quinta-feira (10)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Digitalização teve início em setembro de 2022 e objetiva preservar e democratizar acesso aos registros - Foto: Solange Brum/Ascom Sedac

Textos teatrais censurados durante o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985) serão disponibilizados para consulta online, a partir desta quinta-feira (11), pela Secretaria da Cultura (Sedac), através do Teatro de Arena e do Departamento de Acervo. O lançamento do projeto será na sede do teatro, às 19h.

Após o evento, as publicações ficam disponíveis na página Acervos da Cultura RS. A Sedac informa que a coleção pode ser complementada ao longo das próximas semanas. Os materiais integram o Acervo Sonia Duro, que ficava no Teatro de Arena e foi digitalizado a partir de setembro de 2022, com o objetivo de preservar e democratizar o acesso aos registros.

“Parte importante do trabalho da Sedac diz respeito à preservação do patrimônio cultural e da memória no Rio Grande do Sul. Com as novas ferramentas digitais, temos avançado muito no sentido de facilitar o acesso do público a documentos, imagens e materiais que permitem conhecer e valorizar nossa história, arte e cultura. No campo das artes cênicas e do teatro de resistência, o Acervo Sonia Duro é um ótimo exemplo”, afirma a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.

Até o momento, foram convertidos mais de 40 mil itens, totalizando 22 gigabytes de espaço em disco. No repositório foram registrados 636 autores, os quais produziram 1.231 textos – número que pode variar, pois em alguns casos há apenas o certificado de censura, não o texto censurado.

Os autores com mais textos na coleção são: Sergio Ilha (28 textos), Carlos Carvalho e Bertold Brecht (17 textos cada).

A coleção traz também manifestações dos censores da época, anotações dos autores ou intérpretes teatrais – permitindo reconhecer e acompanhar o processo de montagem de uma peça – e informações sobre o funcionamento da censura. O acervo reúne textos de autores consagrados e também obras de dramaturgos menos conhecidos, oferecendo uma visão mais ampla do ofício teatral no período da ditadura.

De acordo com o arquivista responsável pela digitalização do acervo, Alexandre Veiga, um dos objetivos para a próxima fase do trabalho é fornecer informações sobre os autores das peças teatrais e mais detalhes sobre os textos. “Queremos também contar com a participação da classe artística, que irá avaliar aspectos do processo de digitalização e sugerir melhorias, tornando a atividade mais colaborativa”, expõe.

O lançamento da noite de quinta-feira contará com leitura dramatizada de um texto anteriormente censurado. "Quem roubou meu Anabela?" (1972), de Ivo Bender, será dirigido por Rodrigo Marquez e contará com a participação dos artistas Aurea Baptista, Bruno Fernandes, Lisiane Medeiros e Marcelo Ádams. A entrada é gratuita. 

* Com informações da Ascom Sedac


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Edição: Marcelo Ferreira