Paraná

COMUNICAÇÃO POPULAR

Curso de Comunicação Popular inicia no bolsão Formosa

Iniciativa envolve jovens, práticas de produção de comunicação, e o atual projeto alcança três regiões da capital

Curitiba (PR) |
"A importância do curso de comunicação popular é dar visibilidade às pautas de cada território e fortalecer a comunicação comunitária", diz Raíssa - Divulgação

Com a participação de jovens, militantes da movimentos populares, e moradores, principalmente da região conhecida como bolsão Formosa, o curso de comunicação popular da União de Moradores e Trabalhadores (UMT) busca o trabalho com comunicação popular em bairros e áreas de ocupação, ao longo do mês de agosto.

O atual projeto, em parceria com em parceria com o Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU) e HabitaT Brasil, alcança três regiões da periferia sul de Curitiba – Formosa, Sabará (CIC) e áreas de ocupação do Tatuquara.

A metodologia, que reúne educação e comunicação popular, vai da valorização das técnicas de comunicação dos movimentos populares, em síntese com os conhecimentos locais em comunicação e linguagem nas áreas.

Juliana de Souza, diretora da UMT, na pasta de defesa de direitos, e moradora da vila Formosa, recorda que, em 2020, em plena pandemia, o primeiro curso de comunicação popular aglutinou pessoas, fortaleceu a organização e é lembrado até os dias de hoje. “O primeiro curso que eu participei de comunicação popular foi em 2020, eu e minha filha, na associação de moradores vila Maria e Uberlândia. Este ano vamos fazer na associação de moradores da vila Formosa. Além de gratuito, traz para a comunidade muita importância no acesso à comunicação. Com técnicas de rádio, mídias, textos, é muito importante, cursos como esse nos ajudam a trabalhar com qualidade", aponta.

O curso com apoio do jornal Brasil de Fato Paraná, com a associação de moradores vila Formosa e com a zonal do PT/Portão.

Visibilidade no território e afetos cotidianos

“A importância do curso de comunicação popular é dar visibilidade às pautas de cada território e fortalecer a comunicação comunitária, unindo as técnicas de comunicação (texto, foto, diagramação, criticas socais) com o conhecimento popular de cada território. A partir das rodas de conversa, escutas, oficinas, os participantes percebem as potencialidades de seus territórios, os afetos presentes no dia-a dia e principalmente a importância da troca de informações e formação de narrativas, diferentes da mídia empresarial”, afirma Raíssa Melo, integrante da UMT e coordenadora do atual projeto.


A mídia está presente na vida e na mão das pessoas, a todo o momento. É parte da organização popular / Divulgação

Passo a passo

Com previsão de três oficinas em cada uma das três comunidades, somando nove encontros no total, as oficinas são divididas em três módulos, explica Raíssa. A primeira é um mapa afetivo. "Um exercício que permite que os participantes se conheçam, se reconheçam nos nos seus territórios, olhando as lutas diárias da população, permitindo os próprios moradores perceberem as pré pautas, os sentimentos para com a comunidade de quem mora no local e do publico externo, as possíveis lideranças e histórias que talvez nunca tenham sido contadas", explica Raíssa.

A segunda etapa traz um contado dos participantes as técnicas de jornalismo popular. O curso conta, sobretudo na segunda etapa, com participação e apoio do Brasil de Fato Paraná, que já teve experiência de socializar técnicas acumuladas com a comunidade do Formosa. Já a terceira oficina é finalizada com jornal mural da comunidade, em que os temas delimitados na primeira etapa, as técnicas aprendidas na segunda desaguam em uma produção na etapa final, o que passa por um jornal mural, "transformando o debate e cotidiano da comunidade, com o mural ajudando a se reconhecer nos territórios e histórias”, aponta Raíssa.

Fortalecimento de experiências organizativas

Na avaliação de Pedro Carrano, integrante da UMT, responsável pela pasta de comunicação da entidade, há experiências importantes de cursos de comunicação entre os movimentos populares, o que fortalece as lutas e organização das comunidades. “A mídia está presente na vida e na mão das pessoas, a todo o momento. É parte da organização popular. Como aproveitar então isso para envolver, gerar reflexão e pensar formas de fortalecer a luta popular nas periferias? Este é um dos sentidos do curso. A comunicação já está ali, cotidiana. O curso contribui na sistematização”, reflete.


A metodologia, que reúne educação e comunicação popular, vai da valorização das técnicas de comunicação dos movimentos populares / Divulgação

 

Mais informações:

Raíssa: (41) 984462948

Juliana: (41) 99400656

Edição: Lucas Botelho