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Armazém do Campo deve abrir suas portas no final de setembro em Pelotas

Espaço promete contribuir para um consumo consciente, integrando pelotenses por meio de práticas alimentares e culturais

Brasil de Fato | Pelotas |
O espaço deverá comercializar entre 400 e 500 itens, entre produtos orgânicos, agroecológicos, de vestuário e artesanato - Divulgação

Você certamente já ouviu a frase “somos aquilo que comemos” – uma reflexão aparentemente simples, que, de forma sucinta, resumiria a importância de se pensar a alimentação como um ato político e cultural. Atribuída ao “pai da Medicina”, Hipócrates, a ideia não é nova e já inquietava o pensamento humano há milhares de anos. Afinal, a alimentação pode ser um “remédio” não apenas para o corpo, mas, também, para a alma.

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Esses princípios têm sido colocados em prática, no Brasil, através de uma iniciativa pioneira, que, há 7 anos, tem se consolidado junto a uma parcela da população brasileira que está interessada não apenas em “se alimentar melhor”, mas fazer parte de um processo de consumo consciente.


Diego Gonçalves faz parte do Coletivo do Armazém do Campo Pelotas / Divulgação

Iniciada em São Paulo, a rede de lojas Armazém do Campo, que comercializa produtos oriundos de assentamentos e acampamentos do MST, cumprindo um papel de aproximação entre o campo e a cidade, está chegando a Pelotas e promete contribuir para a totalidade do processo de reforma agrária, facilitando o acesso da população, em geral, a alimentos orgânicos e agroecológicos.

“A Rede tem a missão de tentar suprir uma das grandes dificuldades da agricultura familiar, que é a de comercializar o que está sendo produzido, de forma justa, sem as barreiras oriundas de uma competição desigual, pela lógica de mercado”, explica Diego Gonçalves que faz parte do Coletivo do Armazém do Campo Pelotas.

Previsto para abrir as portas no final do mês de setembro, o espaço, que fica localizado em frente à Praça Conselheiro Maciel, na rua Padre Anchieta, esquina com a Três de Maio – em frente à Faculdade de Direito da UFPel, deverá comercializar entre 400 e 500 itens, entre produtos orgânicos, agroecológicos, de vestuário e artesanato. A ideia é abarcar todo um conjunto de produções que envolvam não só alimentos, mas também moda e literatura.


O espaço fica localizado em frente à Faculdade de Direito da UFPel / Divulgação

“Será um espaço múltiplo e diverso, que se consolida na medida de uma síntese cultural, reunindo pessoas que se identificam com uma proposta de sociedade mais justa, fraterna e solidária”, explica Diego ao enfatizar que o Armazém disponibilizará, também, um espaço para apresentações artísticas, com ênfase na valorização da cultura popular brasileira e latino-americana. “Vamos viabilizar momentos de confraternização e convívio social baseado em uma visão coletiva de não opressão, de valorização das liberdades e de combate a toda forma de preconceito e discriminação”, enfatizou.

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Parceria com sindicatos

Já na sua segunda – e penúltima – fase de execução, o projeto de implementação do Armazém do Campo, em Pelotas, conta, hoje, com uma etapa inicial concluída, com a finalização dos ajustes da estrutura física do ambiente, como as partes de pintura, hidráulica e iluminação. Mas, enquanto todo trâmite burocrático está sendo resolvido para legalizar o projeto, o Coletivo do Armazém do Campo Pelotas segue atuando e tem feito visitas a parceiros históricos da agricultura familiar.


Diretores do Sindicato dos Bancários se reuniram com o Coletivo para conhecer melhor a proposta e pensar em formas de contribuir / Divulgação

É o caso do Sindicato dos Bancários, que, no início deste mês de agosto, se reuniu com o Coletivo para conhecer melhor a proposta e pensar em formas de contribuir para a sua consolidação o mais breve possível.

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“Entendemos a importância desta rede nacional de comercialização de produtos orgânicos para a nossa cidade, porque, para além da comercialização dos alimentos que são fruto da Reforma Agrária, será um ambiente colaborativo, onde se realizarão diversas atividades de valorização da cultura local, abrindo mais um ambiente de socialização para os trabalhadores de Pelotas, onde poderemos confraternizar com os colegas bancários”, avaliou Lucas da Cunha, diretor de Comunicação e Cultura do Sindicato.

* Jornalista do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região


Edição: Katia Marko