Rio Grande do Sul

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O grito dos gritos

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Muitos Gritos e pré-Gritos vão acontecer em diferentes lugares e comunidades. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o Grito de 7 de setembro será em São Leopoldo - Foto: GNFotografia
É hora e tempo de dar vez e voz para as oprimidas e os oprimidos, em especial os mais pobres

O 29º Grito das Excluídas e dos Excluídos, que vai acontecer em todo Brasil no dia 7 de setembro, não será, por muitas razões, um Grito qualquer. Em primeiro lugar, pelo seu tema de sempre, ´VIDA EM PRIMEIRO LUGAR´, e o lema de 2023, mais que atual: ´VOCÊ TEM FOME E SEDE DE QUÊ? ´

As palavras que estão no cartaz de convocação do Grito são mais que expressivas: SOBERANIA, TERRITÓRIO, SAÚDE, JUSTIÇA, TRABALHO, EDUCAÇÃO, MORADIA, TERRA. Em segundo lugar, este será o Grito dos Gritos pelos acontecimentos dos últimos anos, e em 2023, no Brasil, na América Latina e no mundo.

Muitos Gritos e pré-Gritos vão acontecer em diferentes lugares e comunidades. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o Grito de 7 de setembro será em São Leopoldo, com concentração no Palquinho da Estação São Leopoldo do Trensurb, a partir das 8h30. Em Pelotas, será no Largo do Mercado Público, a partir das 10h.  Muitas vozes, unidas e solidárias, vão gritar, convocando todas e todos, militantes, sonhadoras, sonhadores, lutadoras, lutadores: ´Você tem fome e sede de quê? ´ Haverá também muitos pré-Gritos, especialmente no final de semana de 2 e 3 de setembro.

A fome é de comida no prato. A fome é de espiritualidade. A sede é de água, com cisternas, para garanti-la nas famílias e comunidades. A fome é de solidariedade. A sede é de ninguém soltar a mão de ninguém. A fome é de paz. A sede é de dignidade. A fome é de emprego e salários justos. A sede é de direitos. A fome é de políticas públicas com participação social. A sede é de cidadania. A fome e a sede são de democracia, justiça social e soberania.

Os Gritos serão de vida, para que não haja mais Marielles e Mães Bernadetes, tantas e tantos mais, assassinadas-os. Os Gritos não serão de ódio, intolerância, preconceitos, violência. Serão Gritos de amor e liberdade. Serão Gritos de cuidado com quilombolas, indígenas, população de rua, mulheres, jovens, população negra, povo das periferias, sem terras, sem tetos, atingidos por barragens, militantes, lutadoras/es, sonhadoras/es.

É hora e tempo de dar vez e voz para as oprimidas e os oprimidos, em especial os mais pobres entre os pobres, para que possam sonhar e viver em paz, com dignidade. É hora e tempo de ter cuidado com a Casa Comum, ameaçada pelas mudanças climáticas, pela destruição da natureza, pelas guerras, pela violência.


7 de setembro de 2023 é hora e dia de todo mundo estar na rua / Divulgação

O tempo urge e ruge. A democracia precisa ser garantida. A partilha dos bens e da riqueza precisa ser feita. Não há espaço para as armas, mas há todo espaço para a paz. A unidade popular vai estar mais do que presente no dia 7 de setembro, com presença e participação de povo de todas as crenças, religiões, gente de todas as comunidades, de todas as origens e etnias.

Todas e todos estão chamados para construir coletivamente um Reino onde todas as fomes e sedes sejam saciadas, em que a Boa Nova faça-se presente nos corações, na construção de uma Sociedade do Bem Viver, juntando todas as vontades num único abraço.

Por isso, 7 de setembro de 2023 é hora e dia de todo mundo estar na rua, de fazer acontecer o Grito das Excluídas e dos Excluídos, marcando presença, cantando a alegria, dando-se as mãos, comprometendo-se com a irmã e o irmão, dizendo que um outro mundo é possível, urgente e necessário.

O 29º Grito, 7 de setembro de 2023, é histórico. Ficará marcado na História, no compromisso de saciar todas as fomes e todas as sedes. O Grito dos Gritos. Quem viver, e participar, verá!

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko