Rio Grande do Sul

CUSTO DE VIDA

Pelo segundo mês consecutivo, Porto Alegre registra a cesta básica mais cara do país

A aquisição de conjuntos alimentícios na capital gaúcha em agosto foi de R$ 760,59. Em julho o custo foi de R$ 777,16

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, conforme estimativa do Dieese, deveria ser de R$ 6.389,72 - Tânia Rego/Agência Brasil

Apesar da queda de 2,13% em agosto, Porto Alegre segue como a cesta básica mais cara entre as 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. A aquisição de conjuntos alimentícios na capital gaúcha no referido mês foi de R$ 760,59. Em julho o custo foi de R$ 777,16. 

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Dos 13 produtos pesquisados em Porto Alegre, nove registraram recuo de preço: a batata (-19,51%), o tomate (-11,19%), o leite (-5,61%), o arroz (-3,89%), o óleo de soja (-3,25%) o café (-2,26%), a farinha de trigo (-2,17%), a manteiga (-1,92%) e o feijão (-0,99%). Por outro lado, quatro itens ficaram mais caros: a banana (4,93%), o pão (2,07%), o açúcar (1,29%) e a carne (0,65%). 

De janeiro a agosto de 2023, a cesta registrou recuo de 0,66%. Sete itens apresentaram queda: o óleo de soja (-28,03%), o café (-10,69%), a banana (-10,51%), a farinha de trigo (-8,78%), a batata (-8,39%), a manteiga (-1,65%) e o tomate (-1,26%). Em sentido contrário cinco ficaram mais caros: o feijão (9,54%), o arroz (5,11%), o leite (4,97%), o açúcar (4,90%) e a carne (0,80%)

No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta registrou variação de 1,67%. Foram registradas elevações em seis dos 13 produtos da cesta: o tomate (47,50%), a batata (25,17%), o pão (9,41%), o arroz (8,57%), o feijão (6,19%) e o açúcar (5,84%). Sete itens ficaram mais baratos: o óleo de soja (-32,67%), o leite (-29,21%), o café (-12,00%), a farinha de trigo (-7,41%), a banana (-5,73%), a manteiga (-3,70%) e a carne (-1,53%). 


Variação mensal, acumulada no ano Porto Alegre -agosto de 2023 / Fonte: DIEESE

Custo da cesta fica menor em 16 capitais

Segundo o Dieese, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 16 das 17 capitais. Entre julho e agosto de 2023, as quedas mais importantes ocorreram em Natal (-5,29%), Salvador (-3,39%), Fortaleza (-2,85%), João Pessoa (-2,79%) e São Paulo (-2,79%). A variação positiva foi observada em Brasília (0,35%).

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Nos oito meses de 2023, o custo da cesta básica diminuiu em 12 cidades, com taxas mais expressivas em Vitória (-9,32%), Goiânia (-8,96%), Belo Horizonte (-7,22%) e Campo Grande (-7,06%). Os maiores percentuais foram registrados em Aracaju (4,15%) e Recife (2,77%).


Custo e variação da cesta básica em 17 capitais - agosto 2023 / Fonte: DIEESE

Salário Ideal 

O salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, conforme estimativa do Dieese, deveria ser de R$ 6.389,72 ou 4,84 vezes o mínimo de R$ 1.320,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.528,93 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

O cálculo é feito com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

De acordo com o departamento, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica passou de 111 horas e 8 minutos, em julho, para 109 horas e 1 minuto, em agosto. Já em agosto de 2022, a jornada média foi de 119 horas e 8 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em agosto de 2023, 53,57% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em julho, 54,61%. Em agosto de 2022, o percentual ficou em 58,54%.


Edição: Katia Marko