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Racismo

Após crime de racismo e xenofobia em Posto de Curitiba, frentistas protestam e pedem prisão do agressor

"Neguinho, macaco", "nordestino dos infernos" foram algumas das palavras ditas pelo agressor ao frentista

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SINPOSPETRO convocou um ato de repúdio que aconteceu nesta segunda feira, 16, em frente à Câmara Municipal de Curitiba. - Sinpospetro

No último sábado, um funcionário de um posto de combustível no bairro Boqueirão, em Curitiba, foi vítima de um ataque racista e xenofóbico quando um cliente o chamou de “seu neguinho, macaco”, “nordestino dos infernos”, além de dizer que processaria o posto por ter sido atendido pelo mesmo. Por isso, Sindicato dos Empregados em Postos De Serviços de Combustíveis (SINPOSPETRO) convocou um ato de repúdio que aconteceu nesta segunda feira, 16, em frente à Câmara Municipal de Curitiba.

O vídeo que foi gravado por outro funcionário dentro do posto quando o cliente agredia o frentista Juan Pablo de Castro, 18 anos, na madrugada de sábado foi amplamente divulgado nas redes sociais provocando revolta e manifestações de entidades e parlamentares. O deputado Renato Freitas, que é presidente da Comissão de Igualdade Racial na Assembleia Legislativa do Paraná, no sábado já se posicionou dizendo que acompanharia as investigações. “Enquanto presidente da Comissão de Igualdade Racial pedirei as filmagens e acompanharei todo o processo para garantir que esse racista seja responsabilizado,” disse,  

Durante o ato desta segunda feira, vereadores e deputados estiveram presentes também se manifestando a favor dos frentistas e do funcionário agredido.  

Presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara Municipal, a vereadora Giorgia Prates, disse que medidas já estão sendo tomadas voltadas ao combate ao racismo. “O racismo é crime, não é algo que podemos permitir que continue acontecendo na nossa cidade. Aqui na Câmara tenho trabalhado em todas as frentes com ações de luta contra o racismo. Também tenho dialogado com a Associação Comercial do Paraná, feito propostas para que o racismo deixe de existir para que tenhamos uma cidade livre de racismo. E volto a pedir que a Prefeitura faça ações concretas, campanhas contra o racismo,” disse.

Outros vereadores e deputados fizeram uso da palavra apoiando a manifestação, como os vereadores Ângelo Vanhoni, Dalton Borba, Herivelto Oliveira, vereadoras Noemia Rocha, Josete e Maria Leticia, além do deputado Requião Filho.

O presidente do Sinpospetro, Lairson Senna, disse que os frentistas ali presentes pedem socorro e mais segurança para os trabalhadores. “Na realidade, estamos fazendo este manifesto para mostrar o nosso repúdio. Racistas e fascistas não passarão. Essa é a nossa bandeira e nós vamos levar para a sociedade, porque o frentista é o amigo do turista, tem que ser respeitado. E queremos o indivíduo que atacou nosso colega, que cometeu um crime, na cadeia. Pedimos aqui para a Câmara Municipal medidas antirracistas e contra violência voltada aos frentistas,” disse.

Lairson ainda disse que o sindicato está se colocando à disposição do funcionário agredido especialmente porque este é seu primeiro emprego. “Queremos dar toda assistência desde psicológica, como fazer assistência jurídica. A gente vai dar todo apoio a ele, por se tratar ainda de um rapaz novo no seu primeiro emprego,” disse.

Investigações

O caso foi registrado pelo frentista juntamente com seu advogado, Igor José Ogar, na Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro Portão, no sábado, 14.  Segundo a Polícia Civil o inquérito de investigação foi instaurado nesta segunda feira, 16, e o agressor já teria sido identificado. Trata-se do empresário Marcelo Francisco da Silva.

 

Edição: Pedro Carrano