Rio Grande do Sul

ARTIGO

Prefeito Melo, o povo quer saber!

'Nas gestões Marchezan e Melo, os princípios da gestão democrática foram substituídos por perseguições'

Brasil de Fato | Porto Alegre |
sala de aula cheia
"Sabemos que sucatear o serviço público e privatizar tudo é o objetivo de gestões ultraliberais" - Créditos da foto: Rafael Fernandes (SEE/MG)

Explica para o povo Prefeito o gasto de 34 milhões em compra de livros didáticos sem licitação? 

Bom explicar, pois este fato pode se tornar a cara da sua gestão Prefeito Melo. 

Assisti no jornal das 19h da RBS esta lamentável notícia.

:: Polícia Civil Gaúcha prendeu quatro suspeitos de negociatas na Secretaria Municipal de Educação ::

Sou aposentada e trabalhei mais de 30 anos na RME de Porto Alegre, portanto sou uma das construtoras da educação pública, laica, inclusiva, antirracista e de qualidade social, que era referência nacional e internacional. 

Estava no chão da escola desde a década de 1990 e participei desta construção através da gestão participativa e democrática que vivíamos.

Nestes últimos 8 anos, principalmente nas gestões Marchezan e Melo, os princípios da gestão democrática foram substituídos por perseguições e tentativas de silenciamento das escolas. 

Também aconteceram as contratações à rodo, perdas de direitos e plano de carreira, transformando nossa RME em escolas isoladas sem projeto político pedagógico, sem valorização das e dos trabalhadoras(es), desvalorizando e sucateando o serviço público.

Sabemos que sucatear o serviço público e privatizar tudo é o objetivo de gestões ultraliberais, e portanto Melo segue a mesma cartilha do ex-presidente da República, inclusive o prefeito Melo foi um grande cabo eleitoral de Bolsonaro.

Melo se afasta da população e se alia às grandes empreiteiras, à especulação imobiliária e agora aparecem estes crimes contra as crianças e adolescentes da cidade, já que gastar 34 milhões em compras de livros de forma ilícita, é uma escolha criminosa de gestão pública, pois este dinheiro público deveria ser investido na qualidade da educação pública de Porto Alegre, que é um direito inalienável subscrito no Estatuto das Crianças e Adolescentes (ECA).

Estamos aguardando que todos os(as) responsáveis por este crime contra a cidade sejam punidos. E vamos combinar que o chefe do Executivo, o gestor, o prefeito está envolvido nesta negociata, já que Melo se coloca como um zelador cuidadoso, como explicar esta falta de poder e informação? 

Como a secretaria de Educação teria a responsabilidade sozinha de licitações ilícitas?

Onde estava o prefeito na ocasião?

Esta pergunta que não quer calar!

Explica prefeito Melo como que em sua gestão 34 milhões são gastos ilicitamente sem o seu conhecimento?

O povo de Porto Alegre quer saber!

* Silvana Conti é vice-presidenta da CTB/RS. Mestranda em Políticas Sociais Ufrgs.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


Edição: Katia Marko