Rio Grande do Sul

CEEE PÚBLICA

UEE/RS e movimentos sociais vão promover plebiscito popular sobre a reestatização da CEEE

Durante lançamento foram debatidas as ações da administração da empresa ao não prestar um serviço de qualidade

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Entidades avaliaram que os problemas enfrentados nos últimos dias pela falta de luz são frutos do desmonte da rede de atendimento feito pela atual proprietária, a Equatorial Energia - Fotos: Ryan Rodrigues - Comunicação UEE RS

A União Estadual dos Estudantes do RS realizou uma reunião nesta terça-feira (23) para criar a Frente Pela Reestatização da CEEE, com representação das centrais sindicais, sindicatos, entidades da sociedade civil organizada e mandatos parlamentares.

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Durante o encontro, realizado na Assembleia Legislativa, foram debatidas as ações da administração da empresa que não consegue atender a população de Porto Alegre e cidades da região metropolitana diante de qualquer evento fora da normalidade, além da precariedade da manutenção de suas instalações, que refletem negativamente no seu desempenho operacional.

A privatização da CEEE – transformada, então, em CEEE Equatorial – foi aprovada pela Assembleia Legislativa do RS, em uma vitória do governador Eduardo Leite (PSDB), em julho de 2019. O atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), foi um dos 40 deputados que votou a favor da proposta (foram 14 votos contrários).

Os representantes avaliaram que a responsabilidade pelos problemas enfrentados pela população diante da falta de energia elétrica nos últimos dias é de ambos, já que são frutos da privatização da CEEE, da falta de investimentos e do desmonte da rede de atendimento feito pela atual proprietária, a Equatorial Energia.

O presidente da entidade, Alejandro Guerrero, avalia como positivo o movimento de unidade. “Construímos uma importante unidade dos movimentos sociais contra o projeto privatista que tem prejudicado nosso estado. O movimento estudantil nunca titubeou ao denunciar a precarização de serviços públicos e as privatizações ao longo da história. Durante o próximo período percorreremos o estado para discutir com o povo um caráter público e com investimento desse setor tão importante que é a energia elétrica.”

Enfrentar a emergência climática deve ser prioridade

2023 foi um ano atípico para os gaúchos, já que o Rio Grande do Sul enfrentou eventos climáticos severos, com chuvas acima do padrão, cheias históricas em grande parte de seus corpos hídricos e inundações significativas em dezenas de municípios. 

Especialistas alertam há anos para os fenômenos climáticos extremos, cada vez mais frequentes, cada vez mais fortes. Também ressaltam que o enfrentamento à emergência climática deve ser prioridade para o poder público.


Entidades ressaltam que o enfrentamento à emergência climática deve ser prioridade para o poder público / Foto: Ryan Rodrigues - Comunicação UEE RS

"Nós procuramos a prefeitura, enquanto mandato coletivo no ano passado, para apresentar um plano com saídas para que a gente possa enfrentar a crise climática e fomos ignorados", comentou Fabiola Loguercio, co-vereadora do Mandato Coletivo do vereador Giovani Culau (PCdoB). Para ela este também é um problema que envolve a precarização dos serviços essenciais e do serviço público.

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"Hoje a gente também teve presente mais cedo no ato de assinatura da venda da Carris e é bastante simbólico, aquele espaço que ao chegar lá já somos barrados, fomos impedidos de entrar, mas a gente vê um espaço, na verdade, de grandes empresários que querem lucrar com uma empresa histórica da nossa cidade, que já foi referência do transporte público no país todo e que hoje vemos cada vez mais o sucateamento, a precarização diante da venda da Carris. E a gente viu a mesma coisa acontecendo com a CEEE", complementa Fabiola.


Edição: Katia Marko