Paraná

Fotografia

Fotógrafo curitibano faz exposição na Bélgica sobre crime ambiental de Mariana (MG)

Exposição "Mariana: A Arte da Resistência", de Francisco Proner, fica até o dia 10 na Galerie d’Art Montgomery

Curitiba (PR) |
"Mariana: A Arte da Resistência" mostra os impactos do crime ambiental para as comunidades e pessoas afetadas - Divulgação

Foi inaugurada nesta quarta (7), a exposição "Mariana: A Arte da Resistência", do fotógrafo curitibano Francisco Proner. O trabalho mostra os impactos do crime ambiental em Mariana (MG) para as comunidades e pessoas afetadas e fica exposto até sábado (10), na Galerie d’Art Montgomery, em Bruxelas, na Bélgica.

Em 2024, a tragédia completa nove anos. As empresas Samarco/Vale/BHP nunca foram punidas. Os crimes devem prescrever neste ano.

"Esse trabalho foi iniciado em junho de 2023. Desde então eu venho visitando os territórios atingidos, desde a cidade onde aconteceu o rompimento da barragem, em Bento Rodrigues, até o mar. Fiz várias visitas nos territórios que estão ao longo do Vale do Rio Doce”, disse Proner, em entrevista ao jornalista Elcio Ramalho, repórter da Rádio France Internationale (RFI).

De Bruxelas, a exposição segue para Londres e Paris, em datas e lugares ainda a serem marcados.

“Foi um trabalho coletivo e tem sempre muita solidariedade das pessoas que estão no terreno, que vivem e fazem parte desta história diretamente. Esse trabalho foi feito com as populações, nos quilombos, nas aldeias indígenas e nas comunidades atingidas”, acrescentou o fotógrafo.

O desastre de Mariana devastou a vida de quase 750 mil pessoas. Os moradores do subdistrito de Bento Rodrigues e das cidades da bacia do rio Doce nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, comunidades indígenas, quilombolas, ainda buscam justiça e verdade.

A exposição conta a história da devastação, mas também de solidariedade, adaptação e resiliência para superar os danos ambientais, culturais e econômicos irreversíveis causados pelo rompimento da Barragem de Fundão. 19 pessoas morreram e um deslizamento de terra e rejeitos tóxicos contaminou 600 quilômetros de rios e fontes naturais de água até chegar ao Oceano Atlântico.

Edição: Lia Bianchini