Rio Grande do Sul

AEDES AEGYPTI

São Leopoldo decreta situação de emergência em razão da dengue

Município tem 281 casos confirmados da doença e é o sexto do RS com maior número de diagnósticos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Prefeito Ary Vanazzi assinou decreto nesta segunda-feira (19) - Foto: Valentin Thomaz

O município de São Lopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, decretou situação de emergência em razão da dengue. O decreto foi publicado pela prefeitura nesta segunda-feira (19) e visa agilizar o enfrentamento em razão do risco de epidemia por doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, em especial, a dengue.

:: Rio Grande do Sul intensifica ações de combate à dengue ::

A cidade de 238,6 mil habitantes tem 281 casos confirmados da doença e é a sexta do estado com maior número de diagnósticos positivos. A maior preocupação local é com a circulação de duas variantes do vírus, o que pode agravar os quadros da doença. O decreto terá validade de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de necessidade. 

A medida prevê a contratação de pessoal por tempo determinado, assim como a aquisição pública de insumos e materiais, doação e cessão de equipamentos e bens e a contratação de serviços. “Precisamos acelerar os procedimentos internos de contratação de profissionais e aquisição, por exemplo, de repelentes, principalmente para as famílias de baixa renda. Estamos retomando portarias para dar celeridade aos atendimentos nas unidades básicas e no hospital”, ressaltou o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT).

O decreto também institui o Comitê Técnico de mobilização, fiscalização, combate e controle do mosquito, que reunirá o Gabinete do Prefeito e as secretarias Geral de Governo (SGG), de Obras e Viação (Semov), Assistência Social (SAS), Defesa Civil, Segurança Pública (Semusp), Semae, além de toda a rede municipal de Saúde. A prefeitura de São Leopoldo vem reforçando a mobilização de carros de som, cartazes e divulgação nas redes sociais, alertando a população para fazer a sua parte no combate ao mosquito. Os agentes de combate às endemias atuam com ações de orientação e fiscalização.

No Hospital Centenário, oito pessoas estão internadas com quadro de suspeita de dengue. A presidenta da Fundação Municipal de Saúde da cidade, Paula Silva, reforçou que a rede básica está estruturada para receber pessoas com sintomas. Para aprimorar o atendimento e diagnóstico, nesta quinta-feira (22), as unidades básicas estarão apenas com atendimento interno para que os profissionais realizem mais uma capacitação sobre manejo da doença.

“Todas as áreas do município registram casos. Os principais sintomas são febre, dor nas articulações, nos olhos, manchas e náuseas. Eles podem aparecer isolados ou em conjunto. Diante disso, é preciso ir numa unidade. Sinais mais graves como dores no abdômen ou sangramento exigem atendimento na UPA ou no hospital”, destacou Paula.

Situação no estado

A confirmação do decreto de emergência vem na esteira dos municípios de Tenente Portela e Três Passos, que no início de fevereiro também autorizaram a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem em as ações de combate, campanhas e conscientização junto à população. Com 300 casos confirmados, o município de Três Passos é o quinto com mais diagnósticos positivos de dengue no RS, enquanto Tenente Portela é o primeiro com 1.234 casos confirmados.

Nos primeiros dois meses de 2024, conforme o painel de casos de dengue no RS, o estado registrou 5.208 casos confirmados da doença, sendo 4.555 autóctones, e quatro mortes. Os demais foram importados (residentes do RS que foram infectados em viagem a outro local). Em 2023, o RS registrou mais de 34 mil casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do estado. Ao todo, foram 54 óbitos em virtude da dengue no ano passado.

O estado elaborou e vem executando um plano de contingência para combater a proliferação. As ações abrangem vários eixos – como disponibilização de insumos aos municípios; supervisão e apoio em treinamentos e capacitações; e aplicação de estratégias. Estado e municípios possuem competências diferentes no enfrentamento à dengue. As prefeituras são responsáveis pela execução direta das ações, enquanto o Executivo estadual tem a atribuição de monitorar, coordenar, gerir e orientar as iniciativas de combate.


Edição: Marcelo Ferreira