Rio Grande do Sul

SAÚDE PÚBLICA

Rio Grande do Sul decreta estado de emergência por conta do avanço da dengue

Doença já chegou a 94% das cidades gaúchas em 2024; já são 20,1 mil casos confirmados e 21 óbitos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti se reproduz em água parada - Foto: Fiocruz

O Rio Grande do Sul declarou situação de emergência em saúde pública devido ao avanço de casos e óbitos por dengue. O decreto 57.498 foi assinado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) nesta terça-feira (12), quando a epidemia da doença era constatada em 94% dos municípios. Na quarta-feira (13), o Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou a morte da 21ª pessoa por dengue em 2024.

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A declaração de estado de emergência visa a prevenção, controle e atenção à saúde diante do risco epidemiológico à população. Com ele, o governo estadual poderá destinar recursos para combater a dengue com mais agilidade, como por exemplo dispensando trâmites para licitações. Também facilita que o governo federal destine ao estado recursos específicos para ações de combate à doença.

O diretor-adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) destaca que a situação de emergência requer medidas emergenciais. “O decreto vem para facilitar isso também na esfera administrativa do governo do estado, na aquisição de insumos como veneno, medicamentos, EPIs, disponibilidade de recurso humano", explica.

RS já soma 21 mortes em 2024

A 21º vítima da dengue no estado neste ano é uma indígena de 39 anos. Segundo informações da SES, ela estava grávida, tinha doenças pré-existentes e faleceu no dia 8 de março. Residia em Tenente Portela, município de 14,5 mil habitantes que registra o maior número de mortes no ano, num total de quatro vítimas.

Com 2.126 casos confirmados, Tenente Portela é a segunda cidade gaúcha em número de diagnósticos positivos. Está atrás apenas de Novo Hamburgo, onde já foram confirmadas 3.208 pessoas com a doença, conforme dados da SES atualizados nesta quinta (14).

Na terça-feira (12), dia em que o decreto foi assinado, a SES havia informado outras três mortes. As vítimas eram uma mulher de 58 anos, residente de São Leopoldo; uma mulher de 81 anos, de Santa Rosa; e um homem de 76 anos, de Iraí. Todas doenças pré-existentes.

A vítima de São Leopoldo faleceu no dia 22 de fevereiro e foi a primeira a morrer por conta da doença neste ano no município. Com um total de 1.503 casos confirmados, a cidade é a quarta do estado com maior número de infecções.

A vítima de Santa Rosa faleceu no dia 6 de março e foi a terceira morte por dengue em 2023 no município. A cidade é a terceira com maior número de casos no estado, totalizando 2.009 diagnósticos positivos.

A vítima de Iraí, que veio a óbito no dia 8 de março, também foi a primeira do município por dengue. A cidade é a nona com mais casos no estado, com 460 positivos desde o início do ano.

Mais de 20 mil casos confirmados

O Rio Grande do Sul já registrou 20.184 casos de dengue em 2024, distribuídos por 466 dos 497 municípios. Desses, 17.095 são autóctones, que é quando a pessoa contraiu a doença no estado. Os demais são importados, que é quando a pessoa foi contaminada em viagem fora do RS.

No ano passado, foram mais de 34 mil casos autóctones e um total de 38,3 mil casos confirmados no estado. Ao todo, foram registrados 54 óbitos em virtude da dengue em 2023.

Cuidados e sintomas

A Secretaria da Saúde reforça a importância de que a população procure atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito. 

Principais sintomas:

- Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
- Dor retro-orbital (atrás dos olhos)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor nas articulações
- Mal-estar geral
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.

Medidas de prevenção à proliferação e circulação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, com a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos e eliminação dos objetos com água parada são ações que impedem o mosquito de nascer, cortando o ciclo de vida na fase aquática. O uso de repelente também é recomendado para maior proteção individual contra o mosquito.


Edição: Marcelo Ferreira