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Direitos Humanos

Livro sobre os 60 anos do golpe militar será lançado em Curitiba

A obra analisa a herança da ditadura e traça perspectivas para o Brasil

Curitiba (PR) |
Golpe militar completa 60 anos no dia 1º de abril - Foto: Wikimedia Commons

O lançamento nacional do livro “60 anos do Golpe, gerações em luta” acontece no dia 1º de abril em várias cidades do Brasil. Em Curitiba, a obra será apresentada em cerimônia na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), às 19h, no Edifício Dom Pedro I, Anfiteatro 100.

Diante do questionamento “onde estávamos em 1964 e onde estamos em 2024?”, o livro reúne reflexões de 60 autores e 5 coautores que sobreviveram à ditadura militar que governou o Brasil ao longo de 21 anos, deixando um legado doloroso de mais de 600 mortos e desaparecidos.

Francisco Celso Calmon, advogado, ativista e ex-preso político, foi o idealizador e organizador do projeto. Para ele, o livro não apenas reflete sobre o golpe ocorrido contra a democracia há seis décadas, mas também questiona o estado atual da democracia no Brasil.

“Esse livro tem o propósito de deixar um legado, ser um instrumento de mobilização, debate e formação para as próximas gerações”, afirma Francisco. “Agora cada um de nós tem o compromisso de levá-lo aos espaços públicos, escolas, sindicatos, movimentos sociais, locais de debate coletivo”, conclui.

A obra conta com uma pluralidade de autores, desde ex-combatentes da ditadura, ex-coordenadores da Comissão Nacional da Verdade, acadêmicos, escritores, poetas, jornalistas, sindicalistas, entre outros. No Paraná, o livro contou com a contribuição de quatro autores, sendo eles: Clair da Flora Martins, Ivete Caribé, Ivan Seixas e Aluízio Palmar.


O lançamento em Curitiba é aberto ao público. / Foto: Reprodução

Geração 68 organiza próximo lançamento no Paraná

A Geração 68, coletivo que reúne aqueles que participaram das lutas contra a ditadura militar, pretende realizar no mês de maio o lançamento de outro livro sobre o tema, desta vez sob a perspectiva dos militantes paranaenses.

A previsão para o lançamento é o dia 14 de maio, data que simboliza a mobilização dos estudantes contra o pagamento de anuidades nos cursos oferecidos pela UFPR. 

Em maio de 1968, centenas de estudantes tomaram a reitoria exigindo a queda do reitor, na época Flavio Suplicy. A mobilização teve tamanho efeito que, no dia seguinte, as reivindicações foram atendidas. O Conselho Universitário aprovou por unanimidade, com abstenção do reitor, a suspensão imediata da cobrança de anuidades (com devolução do que já tinha sido cobrado) e criação de recursos especiais para o funcionamento gratuito dos cursos noturnos de Engenharia e Direito.

Edição: Pedro Carrano