Rio Grande do Sul

CAOS NA SAÚDE

Falência da Fundação Universitária de Cardiologia gera caos na saúde da região metropolitana

Funcionários dos Hospitais de Alvorada e Cachoeirinha iniciaram a semana paralisados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Trabalhadores protestam em frente ao hospital de Cachoeirinha - Foto: Divulgaçao Sindisaúde

A situação falimentar da Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) resultou em uma crise no setor da saúde de diversas idades da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Litoral Norte.

A semana iniciou com greves, suspensão de atendimento e um verdadeiro caos nos hospitais de Alvorada, Cachoeirinha e outros que eram administrados pela FUC. E mesmo que a Secretaria Estadual da Saúde tenha informado que a rotina fora normalizada a mobilização dos trabalhadores continua, com paralisações e atos públicos.

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A mudança de gestão, promovida pelo governo do estado, foi motivada “por dificuldades de prestação de assistência em saúde para a população”. Segundo a nota, a Fundação Universitária de Cardiologia enviou as cartas de demissões dos profissionais na quinta-feira (28), o que inviabilizou a contratação de parte do contingente pela João Paulo II, de Pernambuco, esta é uma das explicações para o transtorno na troca de gestão.

O Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS) afirmou que acionará o Ministério Público (MP) por conta da situação do Hospital de Alvorada. Segundo a entidade, após uma inspeção no centro de saúde, integrantes do conselho observaram falta de profissionais, pacientes sem assistência e ausência de escalas para os trabalhadores. Também há críticas à troca de gestão.

O Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, teve início uma greve comandada por sindicatos da área da saúde, que restringiu o atendimento para casos graves. A exemplo do Hospital de Alvorada, o Padre Jeremias deixará de ser administrado pela Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) na próxima semana. A greve, que não tem data para terminar, também está relacionada ao não pagamento de trabalhadores que serão desligados.

No Hospital Tramandaí foram suspensos os atendimentos no Centro Obstétrico e Serviço de Obstetrícia devido ao fim do contrato de uma empresa terceirizada. Também houve paralisação da equipe médica da instituição em razão das más condições de trabalho e escassez de recursos, na avaliação dos profissionais.

Na segunda-feira (1), a Associação Beneficente João Paulo II, do Recife, assumiu o Hospital de Alvorada, que estava há 25 anos sob responsabilidade da Fundação Universitária de Cardiologia. Os trabalhadores estão pedindo suas verbas rescisórias. Já a FUC alegou que os salários serão pagos na próxima sexta-feira (5), como de costume, mas não tem recursos para efetuar os pagamentos das rescisões que chegam a R$ 41 milhões nos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha.

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O Sindisaúde informou que a paralisação é geral e que somente são atendidos os pacientes com risco de morte. Os demais estão sendo orientados a buscar assistência em outros hospitais. A paralisação não tem prazo para terminar.

O sindicato instruiu a categoria a manter pelo menos 30% de atendimento, além dos casos graves, e informou que a greve é organizada e segue os trâmites legais.

Na tarde desta terça-feira (2) a greve continuava em Cachoeirinha, mas fora paralisada em Alvorada, onde a categoria decidiu atender a população enquanto fazia atos públicos de protesto.

Dentro do plano de lutas definido ontem pelos trabalhadores para substituir a paralisação de Alvorada, o Sindisaúde-RS convocou ato entre 14h e 17h em frente à Secretaria de Saúde da cidade (Av. Pres. Getúlio Vargas, 1116, Alvorada). É possível que haja uma reunião com o Executivo para discutir a situação do hospital.


Edição: Katia Marko