Rio Grande do Sul

Chuvas no RS

Águas invadem Capela de Santana nesta segunda (20) após rompimento de rodovia

Caso ocorreu na altura do km 20, da ERS-240; não há informações de feridos, desabrigados e desalojados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Houve um abaulamento da pista por conta de um colapso no dispositivo de drenagem - Foto: Divulgação/PCS

Um trecho da rodovia ERS-240, no km 20, desabou no início da noite de segunda-feira (20) em Capela de Santana, na região Metropolitana de Porto Alegre, por conta das chuvas que caem no estado. Não há informações prévias de feridos, desabrigados e desalojados.

A CSG Caminhos da Serra Gaúcha, concessionária responsável pela rodovia, informou, por volta das 16h50, através das redes sociais, que o trecho havia sido totalmente bloqueado para obras devido ao acúmulo de água causado pelas fortes chuvas. 

A Prefeitura Municipal de Capela de Santana explicou que houve um abaulamento (inclinação) da pista por conta de um colapso no dispositivo de drenagem que aumentou consideravelmente a vazão da água que estava na margem da rodovia em direção ao arroio Amora. Não há previsão de liberação para o tráfego de veículos.

Durante a noite a prefeitura fez uma postagem alertando os moradores dos arroios Amora e Mineiro sobre o risco de alagamento e a possibilidade de evacuação. A nota, lançada às 17h53, também informava que não havia necessidade de nenhuma medida ser tomada no momento, mas caso a situação se agravasse a Defesa Civil e a Prefeitura Municipal emitiriam informações e orientação.

Posteriormente, outro alerta foi lançado informando o risco de cheias nas margens dos arroios Mineiros, Trilhos, Estação, Arrozeira e demais localidades próximas.

A CSG informou em nota que o trecho vinha sendo monitorado pela companhia desde o dia 30 de abril e que equipe trabalhava para drenar o volume excessivo de água na borda da pista desde a última quarta-feira (15).

A MetSul Metereologia publicou vídeos que mostram a água que estava represada na rodovia que cedeu invadindo a cidade. Grande volume de água tomou conta rapidamente das ruas na zona urbana do municípios e barcos eram usados para resgatar moradores.

 
O prefeito Alfredo Machado (PP) eximiu de culpa a administração municipal, em vídeo publicado nas redes sociais. Disse que oficializou diversas vezes a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) sobre os riscos da via no local, entre 2017 e 2019. Depois da privatização, seguiu enviando ofícios à concessionária CSG, sem retorno.

Lamentou os prejuízos econômicos e psicológicos da comunidade e criticou o trabalho feito pela concessionaria no local. "Quarta passada a CSG foi puxar água de um lado para o outro (da rodovia), só que invés de puxar as mangueiras por cima do asfalto e interromper o transito, não, pegaram abriram o asfalto e colocaram as mangueiras pra puxar. Qualquer leigo sobre a assunto sabe que não poderia ter feito isso, abrir o asfalto e colocar mangueira", disse.

O que diz a CSG

O Brasil de Fato RS questionou a CSG sobre o ocorrido ao meio-dia de terça-feira (21). Na manhã desta quarta (22), a concessionária enviou nota afirmando que o desmoronamento "foi ocasionado pelo colapso do dispositivo formado por três linhas de tubos de concreto com diâmetro de 1 metro, que não suportaram a pressão da água acumulada" e que a instalação de bombas hidráulicas para diminuir a coluna de água represada na borda da pista não teve relação com a ruptura do pavimento.

A nota explica que foram alocadas duas linhas de tubos de 6 polegadas, através de um corte na camada superficial do pavimento, com a profundidade de 50 cm, e que o trecho onde foi realizada a intervenção é composto por um aterro com altura superior a 12 metros. "Portanto, o corte superficial de 50cm para a instalação dos tubos não teve qualquer relação com a ruptura do pavimento e, consequentemente, com a passagem do volume de água", diz.

"É importante ressaltar que, além das fortes chuvas das últimas semanas, também há informação da ruptura de 3 açudes e uma represa de pequeno porte a montante, que podem ter desaguado no local de ruptura. Estas informações ainda estão sendo apuradas pela empresa", completa o texto, reiterando que "todos os serviços são acompanhados por engenheiros da companhia" e que a empresa comunicou a prefeitura de Capela de Santana e a Defesa Civil na tarde de segunda-feira.

No início da tarde de quarta, a assessoria enviou novo email com informações atualizadas às 13h20. Confira na íntegra:

A CSG está trabalhando desde terça-feira (21) nos reparos da ERS-240, no km 20,5, em Capela de Santana. Na noite de segunda-feira (20), ocorreu uma ruptura da pista, causada pelo colapso do dispositivo de drenagem, formado por três linhas de tubos de concreto com diâmetro de um metro cada, que não suportaram a pressão da água acumulada na margem da rodovia.

A concessionária está atuando no local com uma equipe de mais de 15 funcionários, com três escavadeiras, caminhões e guindaste para posicionamento das estruturas de drenagem. As novas galerias têm dois metros de altura por dois metros de largura (2x2), o que aumentará a capacidade de vazão e evitará acúmulo de água. Ainda não há previsão de conclusão das obras.

O local onde ocorreu a ruptura vinha sendo monitorado pela companhia desde o dia 30 de abril. A equipe da empresa já estava trabalhando desde a última semana para drenar o volume excessivo de água na borda da pista causado pelas fortes chuvas que resultaram na maior catástrofe climática da história do estado do Rio Grande do Sul.

O ponto da rodovia já estava bloqueado pela CSG desde as 16h30 de segunda-feira (20), prevenindo riscos e incidentes aos motoristas e demais usuários do trecho. Também na tarde de segunda, após a constatação de perigo iminente, a companhia comunicou a Defesa Civil para que alertasse a população sobre o risco de desmoronamento da pista e, consequentemente, invasão de água no perímetro urbano.


 
 

 

 

Edição: Marcelo Ferreira