Rio Grande do Sul

PANDEMIA

Entidades de Direitos Humanos apoiam investigação sobre "tratamento precoce" do TCE

Diversas entidades filiadas ao Movimento Nacional de Direitos Humanos lançaram nota de apoio ao TCE nesta quinta-feira

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Direitos Humanos apoiam responsabilização de prefeitos - Foto: Emanuele Nicola/Assessoria Prefeitura Bento Gonçalves

O Movimento Nacional de Direitos Humanos lançou uma nota de apoio à ação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) que fiscaliza os prefeitos indutores do “tratamento precoce” da covid-19. O movimento e suas entidades filiadas no Rio Grande do Sul "reforçam que neste instante no qual nosso país soma aproximadamente 8,5 milhões de casos, mais de 210 mil vidas perdidas e milhares de mortes diárias, já com as primeiras doses de vacinas, a necessidade de que os gestores públicos sigam adotando todas as medidas preventivas cientificamente comprovadas ao mesmo tempo que promovam todos os esforços para garantir o direito humano à saúde de toda a população”.

Segundo a nota, a entidade manifesta seu apoio à Representação do Ministério Público de Contas (MPC) nº 001/2021, solicitando que o TCE-RS apure as aquisições, pelas administrações públicas, de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento precoce de pacientes com covid-19; externar apoio, igualmente, a imediata Decisão da Presidência do TCE-RS de acolher de pronto a referida Representação; e expressar confiança nos trabalhos que serão desenvolvidos pela competente área técnica do Órgão de Controle do TCE-RS.

As entidades justificam seu apoio lembrando que os “principais organismos internacionais de saúde pública e sociedades científicas nacionais, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguem não recomendando o tratamento farmacológico preventivo da covid-19 com medicamentos.

Nesse sentido, oportuno levar em conta a recente Nota Pública do Conselho da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Famed/Ufrgs), criticando o equívoco da adoção do chamado “tratamento precoce” contra a covid-19, na condução das políticas de saúde pública, assim como apontando que, ao recomendar-se tratamentos com eficácia não comprovada, além de não ser oferecida segurança individual ou coletiva, ampliam-se os gastos dos recursos financeiros públicos de maneira indevida, criando-se um precedente inquestionável de ruptura do uso da ciência na tomada de decisões para o melhor uso de recursos em saúde”.

Assinam o documento: Movimento Nacional de Direitos Humanos no Rio Grande do Sul (MNDH-RS); Acesso Cidadania e Direitos Humanos (Acesso); Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (Amencar); Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente (Proame Cedeca); Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CDES); Círculo Operário Leopoldense (COL); Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF); Instituto Dakini; Instituto Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais e Ambientais (IDhESCA); Instituto Travessias; Serviço de Paz (Serpaz) e Themis – Gênero Justiça e Direitos Humanos.


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Edição: Katia Marko