Rio Grande do Sul

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“A questão ambiental nunca é prioritária nem importante”, lamenta Luiza Chomenko

Há mais de três décadas dedicada à área, a bióloga rompeu barreiras quando não se falava em ecologia

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"O que vemos atualmente, e creio que vai piorar, é uma resposta da natureza às nossas ações" - Arquivo Pessoal

Doutora em Biologia, Luiza Chomenko se dedica há mais de três décadas à questão ambiental. Bióloga formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tem mestrado em Ecologia pela mesma universidade e especialização e doutorado (PhD) na Universidade de Saarlandes na Alemanha.

Segundo ela, a situação ambiental mundial requer cuidados. Em sua avaliação, o Brasil é um país megabiodiverso, com recursos naturais ímpares e potencialidades de desenvolvimento efetivamente sustentável. Contudo, um país complicado ou estranho de se definir. “É um país que não acorda para suas potencialidades e vem através de sua história infelizmente dilapidando seus recursos. Nosso povo em sua grande maioria tem problemas socioeconômicos bastante fortes e estes acabam influenciando diretamente nas questões culturais”, aponta. 

A bióloga analisa que a situação do sistema ambiental do Brasil, assim como também no Rio Grande do Sul, estado que foi precursor nas questões ambientais, com destaque em nível nacional e internacional, só vai mudar quando nós começarmos a sentir consequências diretas de restrições de mercado para produtos gerados aqui e que são exportados. 

Em entrevista ao Brasil de Fato RS, Luiza destaca que o país vem se destacando por ir na contramão do que o mercado mundial tem pedido. “Eu creio que esta situação somente terá melhoras quando ocorrerem restrições amplas à atuação do Brasil em seus vários setores internacionais e então as consequências começarem a ter reflexos diretos na situação interna do país”, opina. 

Confira a entrevista completa:

Brasil de Fato RS - Nos conte um pouco da tua história e trajetória.

Luiza Chomenko - Gostaria de destacar que aqui fala a cidadã Luiza, e não uma profissional ligada a alguma instituição, pois é importante que os papeis fiquem sempre claros em qualquer manifestação. As opiniões aqui emitidas são de cunho pessoal. 

Sou bióloga formada pela UFRGS. Fiz meu mestrado em Ecologia pela mesma universidade e especialização e doutorado (PhD) na Universidade de Saarlandes na Alemanha.

Eu venho de uma família humilde e por isto comecei a trabalhar ainda bem jovem na iniciativa privada. Estudava à noite em escola pública. Quando passei no vestibular tive que me adaptar a uma nova realidade, pois as aulas eram de dia e então logo no 2º ano do curso já comecei a dar aulas, em escolas públicas, quando fui aprovada em processo seletivo da Secretaria de Educação e Cultura (SEC). Também passei a integrar desde cedo na faculdade projetos de pesquisas na área de meio ambiente, embora naquela época (década de 1970), estes temas na Universidade ainda fossem bastante incipientes. Logo após me formar entrei direto através de seleção no curso de mestrado e continuei dando aulas até final de 1979, quando então ingressei, através de seleção, em órgão público estadual de meio ambiente, onde atuo até o momento. Eu recebi convite para fazer meu doutorado e em 1982 pedi licença no Estado e viajei para o curso. 

No meu retorno ao Brasil, imediatamente reassumi meu cargo e posso dizer que ali começou uma nova fase da minha vida. Durante muitos anos, em paralelo às atividades na minha instituição, também lecionei em distintos cursos de pós-graduação, nas áreas de gestão ambiental, biodiversidade e biotecnologias e educação ambiental. 

Eu sempre fui uma pessoa que trabalhou com recursos hídricos em áreas ambientalmente frágeis, o que me conduziu a me envolver muito nas ações ligadas a banhados. E aí começa uma etapa importante da questão ambiental no RS. Quando nós, aqui do Sul falávamos esta palavra, ninguém no Brasil entendia o que significava, pois é uma palavra que vem do espanhol “bañados”. Estes ambientes (áreas úmidas) são áreas de preservação permanente (APPs), mas há décadas atrás eram considerados como problemas graves de falta de saneamento. Também no meio rural este tema relativo a banhados era um tabu. 

Por quê? O RS é o maior produtor de arroz do Brasil e grande exportador. A questão é que este cultivo se dá em áreas alagadas, e então havia um imenso conflito ambiental visto que os banhados eram drenados e totalmente alterados em suas características naturais.

Por ano, o estado perdia centenas de milhares de áreas naturais, levando muitas vezes a graves conflitos de usos nas distintas bacias hidrográficas, inclusive com usuários de água de áreas urbanas.

O RS sempre foi um estado precursor nas questões ambientais e teve destaque em nível nacional e internacional nestes temas. Nomes famosos no mundo saíram daqui e o tema Ecologia se espalhou, chegando também ao meio rural, principalmente em função de usos de agrotóxicos.

Como referi antes a questão do uso de áreas ambientalmente frágeis para expansão de agricultura incitou polêmicas, principalmente quando se iniciaram a exigir licenças ambientais para cultivos irrigados. Não existiam regras e nem legislação específica e tudo teve que ser adaptado a estas situações.  

Nesta época, muitos que vivenciaram estas situações lembram, e os que não vivenciaram hoje têm dificuldades de acreditar que estas realmente existiam. Foi um período longo (final da década de 1980 e 1990) no qual se teve que romper barreiras técnicas, legais e pessoais e enfrentar muitos preconceitos. 

Imaginem as cenas! Quando alguém vem da cidade, aparece no meio rural, falando em ecologia, bióloga, MULHER e exigindo novos sistemas e métodos de produção num reduto exclusivamente dominado por homens, e que faziam plantios desde muitas décadas sem que houvesse qualquer questionamento a respeito. Chamo a atenção também do fato de ser bióloga, pois neste reduto quase todos os profissionais eram engenheiros agrônomos ou agrícolas.

Foi longa e dura batalha, mas que permitiu que se obtivessem resultados bastante positivos na evolução de formação profissional das carreiras. E não só de biólogas, mas muitas outras que passaram a interagir com o setor rural. Além da quebra de tabu nas relações humanas. Embora seja necessário destacar que ainda existe o preconceito em relação à atuação de mulheres em muitos setores da vida moderna. Também importante salientar que todas estas situações conduziram a muitos avanços e evolução em relação à melhoria de sistemas de produção e formas de gestão de propriedades rurais.

Meu desenvolvimento profissional me tem conduzido à coordenação e participação em inúmeros projetos e atividades em nível nacional e internacional. E sempre tratando de temas que muitas vezes acabam sendo polêmicos. Setor rural e meio ambiente infelizmente é um eterno conflito, embora devessem somar esforços tendo em vista as condições planetárias atuais.

Não se pode esperar que um tema tão importante como meio ambiente seja defendido por setores que têm seus interesses próprios a partir do uso de recursos da natureza.

BdFRS - No Brasil, o meio ambiente sempre esteve sob ameaça, mas a situação mudou para pior com Bolsonaro. Qual sua avaliação da situação atual? Qual a diferença entre os cuidados ambientais verificados, por exemplo, na Europa comparada com o caso brasileiro?

Luiza - Como eu falei antes, a situação ambiental mundial requer cuidados. Nos países ditos desenvolvidos este tema vem sendo tratado de forma bastante crítica e com uma visão de maior conscientização de suas populações humanas. Agora se faz necessário chamar a atenção que nem sempre foi assim, e muito dos graves problemas ambientais tanto no meio urbano quanto rural se deve à postura de governos e seus habitantes em não dar a devida valorização aos recursos naturais, enquanto não observaram as graves consequências de deterioração de sua qualidade de vida. 

O Brasil é um país megabiodiverso, tem recursos naturais ímpares e potencialidades de desenvolvimento efetivamente sustentável, no amplo conceito da palavra, baseada em seus pilares básicos, ambiente, economia, sociedade e cultura, como poucos países no mundo tem. Mas infelizmente, o Brasil é um país complicado ou estranho de se definir. É um país que não acorda para suas potencialidades e vem através de sua história dilapidando seus recursos. Nosso povo em sua grande maioria tem problemas socioeconômicos bastante fortes e estes acabam influenciando diretamente nas questões culturais. 

E partindo destas premissas o que se observa é que a questão ambiental nunca é prioritária nem importante. O conjunto final desta situação reflete muitas vezes nas políticas que os governantes aplicam na gestão da nação, mais preocupados com seus próprios interesses do que os da nação que governam. 

O Brasil vem se destacando por ir na contramão do que o mercado mundial tem pedido, mas parece que não se dá conta. Eu creio que esta situação somente terá melhoras quando ocorrerem restrições amplas à atuação do Brasil em seus vários setores internacionais e então as consequências começarem a ter reflexos diretos na situação interna do país. 


O Pampa tem potencialidades únicas de processos de desenvolvimento ambiental e econômico e que, infelizmente, não então sendo aproveitadas pelos seus gestores. / Arquivo Pessoal

BdFRS - Recentemente a deputada federal Carla Zambeli, eleita para presidir a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, afirmou “O mundo pensava que a Amazônia estava queimando e os incêndios estão sendo descobertos como criminosos”. “Ongs, que supostamente deveriam estar protegendo, estavam colocando fogo na Amazônia para criminalizar um governo que é novo, de direita”. “Nunca a Amazônia queimou tão pouco”. Qual a sua avaliação sobre essa fala da deputada?

Luiza - Eu não vou me referir especificamente às manifestações desta deputada, pois o que ela fala vem sendo repetido por muita gente, em muitos lugares e em muitos setores da sociedade. Faz parte de um modelo de política que infelizmente parte dos eleitores do Brasil escolheu. 

Novamente eu repito o que falei antes, nós temos um país estranho. Temos os mais altos níveis internacionais de comunicações e integrações de pessoas através de redes sociais. O Brasil tem conexões técnicas e científicas dos mais altos níveis mundiais, basta ver o quadro de cientistas nos mais diversos setores e sendo sempre destaque pelo êxito de suas pesquisas. 

Ao mesmo tempo temos um povo que acredita que é tudo mentira, que é invenção o que se fala em termos de ciência, que são resultado de grupos que buscam disseminar informações falsas relacionadas com temas como saúde, meio ambiente, cultura, pois querem desacreditar o atual sistema de governo. 

Dizer o quê? Eu acho que enquanto tivermos um povo sem cultura e que ainda não aprendeu a entender o que significa aquilo que ouve e lê (quando lê), continuaremos sendo este país que infelizmente, na situação atual, está se tornando um exemplo do que se tem de pior em termos de saúde e meio ambiente (e também muitas vezes em economia) no mundo. 

Talvez em parte os profissionais das mais distintas categorias também errem, pois ainda não aprenderam a saber comunicar de forma de fácil compreensão para a população em geral. Informações técnicas e científicas têm que ser popularizadas, sob pena de serem desqualificadas e inclusive contrapostas através de discursos populistas muito bem aproveitados por muitos setores da sociedade interessada em se manter nos seus postos.   

BdFRS - Você é pessimista quanto ao futuro da Amazônia? Como vê a gestão de Ricardo Salles no meio ambiente, o ministro que sugeriu "passar a boiada"?

Luiza - Talvez o que eu vou falar assuste um pouco a muitos que me leem ou ouvem. Mas vejam bem, a questão é “Se sou pessimista em relação à Amazônia”? Sou sim. Mas muito menos que em relação a outros biomas brasileiros. Sabe por quê? O mundo inteiro fala da proteção da Amazônia. Todos se interessam em preservar a Amazônia. Fundos mundiais são criados para proteger a Amazônia. Também muitos falam da Mata Atlântica. E daí eu pergunto. E o Cerrado? E a Caatinga? O próprio Pantanal que só ficou visível agora que foi em grande parte destruído por incêndios causados por ações antrópicas?  

E o Pampa, que vem sendo devastado completamente através de expansão de cultivos de soja e silvicultura e outros processos produtivos? Por que ninguém fala destes ambientes? Usando a mesma expressão do ministro “a boiada” vem passando há anos nestes biomas e ninguém se preocupa com isto. Infelizmente, eu que sou uma pessoa otimista por natureza, estou começando a rever meu posicionamento e deixando de ser otimista e começando a ficar cada vez mais preocupada com a situação ambiental no Brasil.     
 
BdFRS - Estamos vivendo uma pandemia nunca vista, o avanço de doenças, como a covid-19, tem sido atribuído à devastação humana do habitat dos animais que originalmente são portadores deste ou daquele vírus. O que pode dizer a respeito?

Luiza - Vou repetir o que falei antes. Nós somos um país megabiodiverso e com imenso potencial de uso de seus recursos naturais. Mas nós também somos um país que tem visão imediatista. Enquanto tivermos um pedacinho de mata, de rio, de mar, de campo... vamos usar. Quando os efeitos destes usos se fizerem sentir vamos ver como proceder. 

Nós estamos destruindo habitats naturais, expulsando animais silvestres de seus ambientes, que saem em busca de novos lugares para sobrevivência. Por outro lado, estamos introduzindo organismos exóticos naturais ou biotecnologicamente (inclusive transgênicos) produzidos nos mais distintos ambientes. O que vemos atualmente, e creio que vai piorar, é uma resposta da natureza às nossas ações. 

Então cabe uma reflexão. Até onde poderemos ir? Esta resposta só nossas ações podem responder. Acho que é tempo de mais uma vez eu repetir uma frase que falo e tenho ouvido muito neste momento atual tão crítico que vivemos: ACORDA BRASIL!! 


Apenas 47,3% da vegetação nativa do Pampa está preservada. / Sarita Reed,National Geographic

BdFRS - Como a senhora analisa a questão do meio ambiente aqui no estado? Alguns pesquisadores definem o RS como a nova fronteira da mineração. Que impactos isso traz?

Luiza - No RS nós temos rigorosamente a mesma situação que em nível nacional. Nós já fomos o “celeiro do ambientalismo” no Brasil e em muitos países. Mas... em algum momento da história nos perdemos no caminho. Hoje as lutas são desiguais. Os movimentos socioambientais vêm sendo drasticamente desconstruídos. Há bastante gente batalhando pelas questões ambientais, mas por outro lado há todo um universo de empresas e ações que aproveitam o “marketing verde” como suas bandeiras de ação, e que na verdade promovem ações absolutamente contrárias à conservação da qualidade de vida e ambiental. 

Então tudo o que falei para o Brasil acima, vale igualmente para o RS. E quanto a ser a nova fronteira da mineração, acho que se deve fazer uma correção. O RS vem sendo visto como a nova fronteira para muitas atividades com destaque para a silvicultura, com o discurso de que precisamos plantar árvores, pois o Pampa “não tem nada... é um vazio”. Como se ambientes campestres e áreas úmidas não fossem os ambientes mais devastados em todo planeta. Com plantações de soja ocupando áreas de pecuária extensiva que é a vocação natural do bioma, e com fins de exportação para alimentação animal em diversos países, ao mesmo tempo em que o grão fica cada vez mais caro e restrito para consumo interno, processo aliás igual ao que está acontecendo em relação às plantações de arroz. 

Quanto à mineração, sem dúvidas é um potencial. O que se deve avaliar é como e para que uso se buscam estas extrações? Enquanto o mundo busca novas alternativas de usos, de produtos e de formas de energia... nós vamos devastar um bioma ÚNICO no Brasil, em benefício de alguns grandes conglomerados mundiais e em prejuízo das populações locais. 

O Pampa tem potencialidades únicas de processos de desenvolvimento ambiental e econômico e que, infelizmente, não então sendo aproveitadas pelos seus gestores. Já temos bons exemplos de produção de energia menos impactante, então não é compreensível que se tente expandir processos minerários de alto impacto ambiental, e que vem sendo reduzidos em todo o mundo, a não ser por interesses muito específicos de alguns setores e que são geralmente os mesmos atuando em vários países.    

BdFRS - E a situação do bioma gaúcho? Qual a sua avaliação do novo código ambiental gaúcho?

Luiza - O Bioma Pampa é o único bioma brasileiro que só existe em um estado do Brasil. Sempre tenho referido este aspecto como muito significativo, pois se um bioma se estende por diversos estados, digamos que a política ambiental de um deles seja adversa, talvez possa se manter a sustentabilidade dos ecossistemas em outro estado. Agora como o Pampa só existe no RS, tudo o que se fizer de impactante nos ecossistemas aqui, não se terá como solucionar no resto do Brasil, pois os ambientes são ímpares. 

Desta forma a responsabilidade da sociedade como um todo (e não só de governos), é muito grande. A legislação ambiental brasileira vem, infelizmente, sendo cada dia mais enfraquecida e alguns setores representativos da sociedade em geral perdendo espaço em seus redutos de manifestações, em prol de outros que passam a dominar todas as discussões. 

Não se pode esperar que um tema tão importante como meio ambiente seja defendido por setores que têm seus interesses próprios a partir do uso de recursos da natureza. Eu vejo, infelizmente, que a situação do sistema ambiental do Brasil e também no RS, só vai mudar, quando nós começarmos a sentir consequências diretas de restrições de mercado para produtos gerados aqui e que são exportados. O RS é tido como o celeiro agropecuário do Brasil. Resta saber até quando, se os países importadores começarem a avaliar com presteza a que custo socioambiental suas demandas são produzidas.        

BdFRS - Muitas mulheres foram pioneiras na luta em defesa do meio ambiente em nosso estado. Qual o papel das mulheres na luta do meio ambiente?

Luiza - Como eu já tinha comentado, fomos um ambiente “criador” de ambientalistas que se destacaram através de suas lutas. Homens e mulheres que enfrentaram muitos conflitos. Há décadas atrás quando o tema ecologia começava a ser mais abordado, muitos enfrentaram muitas questões. Defenderam muitas causas. Mas há que se destacar um aspecto muito importante. O mesmo que eu falei no começo de minha apresentação. Havia (e ainda em parte, há), um sério problema de discriminação nas ações quando estas eram (são) desenvolvidas por mulheres. O elemento humano gaúcho é visto, no imaginário, sempre como machista e isto também era mais forte quando ao se abordar a variável ambiental.

Imaginem há décadas atrás entrar em discussões com setores empresariais, amplamente dominados por homens, quando algumas mulheres tiveram coragem para tanto. Não foram muitas, mas a sua força foi a abertura de caminho para muitas que se seguiram nos mais distintos setores da sociedade, seja no campo ou nas cidades.  

Não gostaria de referir nomes, pois poderia causar enormes injustiças por esquecer de alguns. Mulheres fortes, guerreiras e com visão de vida que pensaram num sistema planetário mais sustentável e duradouro. 

Gostaria de referir sim suas lutas nas mais distintas formas de atuação, seja em ONGs (Agapan, Amigos da Terra, entre outras), Universidades, associações de classes, movimentos sociais tanto no meio urbano quanto rural. Estas lutadoras pretéritas abriram muitas trilhas pelos mais remotos rincões do estado. Mais recentemente temos visto surgirem inúmeros grupos liderados por mulheres, ligados a assuntos da defesa de assuntos socioambientais, tais como Agrupa, várias associações de produtoras, artesãs, etc., que associam suas ações à variável socioambiental.  

Eu sempre fui uma defensora de igualdades tanto nos diretos como nos deveres, e aqui novamente ressalto. Sempre considerei que a sociedade como um todo tem suas obrigações e seus direitos e não se pode aceitar que em pleno século 21 a gente ainda esteja discutindo a figura do elemento humano FEMININO e qual é sua função. 

Infelizmente parece que nem todos compartilham deste meu modo de pensar. Torço que as ações que todas nós mulheres que ao longo de muitos anos viemos trilhando caminhos e construindo novas formas de vida, sejam cada vez mais fortalecidas, e que no futuro se constituam apenas como lembranças de um tempo que já passou e que não mais necessita destas guerreiras. 


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Edição: Katia Marko