Rio Grande do Sul

Movimento Sindical

Trabalhadores da Justiça Federal do RS e educadores realizam manifestações na Capital

Cpers e Sintrajufe RS mobilizam servidores públicos, respectivamente, na frente do Piratini e da Justiça do Trabalho

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Cpers organiza vigília na Praça da Matriz nesta terça-feira (3) - Foto: Cpers

Durante a manhã e início da tarde de hoje (3), dois sindicatos realizaram mobilizações na capital gaúcha. Durante a manhã, a partir das 10h, os educadores e educadoras do estado se manifestaram em frente ao Palácio Piratini. O protesto foi contra a falta de reposição salarial dos professores da rede pública estadual. Segundo o sindicato da categoria, o Cpers, os educadores da rede estadual já perderam metade do valor de seu salário nos últimos sete anos.

A partir das 13h, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RS (Sintrajufe RS) realizou um ato em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), como forma de protesto à decisão do tribunal de redução de prazos de trabalho e de reabrir prédios para atendimento sem as devidas garantias sanitárias.

Professores acumulam perdas salariais

Com as características sinetas, os professores da rede pública estadual iniciaram uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, protestando contra a estagnação da reposição salarial. A promessa é que os trabalhadores repitam a ação todas as terças-feiras.

Conforme aponta a presidente do Cpers - Sindicato, professora Helenir Aguiar Schürer, a categoria tem uma perda, desde 2014 até o momento, de 45,5% da inflação, quase metade do valor de compra. A dirigente recorda que a cesta básica, nesse mesmo período, teve um aumento de 80%.

“Nós que trabalhamos para comer, isso está influenciando gravemente nosso poder de compra. Também vimos ontem (2) que o governo tem superávit de R$ 2,8 bilhões até junho, que são mais de duas folhas de pagamento”, aponta Helenir. A dirigente ressalta não ser possível que o governo do estado continue não querendo negociar com a categoria.

:: Entenda como está a situação financeira dos professores da rede pública estadual do RS ::

“Nós vivemos um momento de pandemia, onde a categoria teve que se reinventar, mas que deu conta do recado, arcando com a sua internet, arcando com a compra de computador para poder desenvolver o trabalho, isso o governo não reconhece. O governo sancionou uma lei dizendo que a educação é essencial para o estado do RS, portanto ele que cumpra essa essencialidade dando reajuste, reconhecendo e valorizando os trabalhadores da educação”, ressalta.

Até o momento mais de 200 Câmaras Municipais já aprovaram Moções de Apoio por salário digno aos educadores da rede estadual. A pressão aumenta à medida em que se aproxima o prazo regimental da Assembleia Legislativa para aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA): 15 de setembro. A expectativa é incluir a reposição na previsão orçamentária. O Cpers informa que foi confirmada hoje (3) uma audiência com a Casa Civil, a Fazenda e a Secretaria da Educação, que será realizada na quinta-feira (5). Em pauta, a urgente reposição salarial da categoria.

A agenda foi confirmada pela secretária Raquel Teixeira, após ser cobrada pela Direção Central em frente ao Palácio Piratini, onde a categoria realiza as manifestações, que chama de vigília, buscando estabelecer uma mesa de negociação. O sindicato informa também que, no dia 13 de agosto, educadores e educadoras de todo o estado desembarcam em Porto Alegre para um ato na Praça da Matriz. Neste dia, o Sindicato entregará ao governo e aos deputados as moções de apoio à reposição aprovadas em centenas de municípios gaúchos.

Trabalhadores da Justiça Federal cobram valorização e segurança sanitária

A partir das 13h, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RS (Sintrajufe RS) realizou um ato contra o aumento da carga de trabalho sem reposição de servidores, além de medidas de segurança sanitária no retorno de postos de trabalho presenciais. A manifestação foi em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4).

A escolha do local se deu após o TRT4 reduzir prazos para elaboração de votos no 2º grau, com a consequente diminuição de prazos para os servidores. Isso, em meio a um déficit de trabalhadores, segundo informa o Sintrajufe. Além disso, o protesto buscou questionar a determinação de reabertura dos prédios deste Tribunal, sem a garantia das medidas sanitárias. O Sindicato exige a testagem e a busca ativa de casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo coronavírus, além de um maior diálogo por parte da administração do tribunal com a entidade.


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Edição: Katia Marko