Rio Grande do Sul

Água e Saneamento

Sindiágua prepara ações para evitar privatização da Corsan após saída de Leite do governo

Prazo para adesão dos municípios ao novo Marco Legal do Saneamento encerra nesta quinta-feira (31)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Presidente e assessor jurídico do Sindicato participam de live para conversar com a categoria - Reprodução

A direção do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do RS (Sindiágua/RS) realizou uma live na tarde desta quinta-feira (31) para dialogar com a categoria sobre três assuntos: a mudança de governo no RS, a venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e o prazo limite para adesão dos municípios ao Novo Marco Legal do Saneamento, que expira hoje.

 “Está findando mais uma etapa desta tentativa de privatização da Companhia. Nossa luta evitou a venda até agora. A luta continua e é árdua, mas oferece novas possibilidades. Estamos mobilizados e preparados para defender que os serviços de água e esgoto continuem públicos, com qualidade e com controle social”, enfatizou o presidente da entidade, Arilson Wünsch.

“Não é hora de pessimismo e muito menos desânimo. Seguramos por mais de um ano o ímpeto de Eduardo Leite e do presidente da Corsan, Roberto Correa Barbutti. Oriundo do mercado financeiro veio com a missão de desqualificar a Corsan e entregá-la a preço baixo para os especuladores”, afirmou o sindicalista.

Wünsch adiantou que serão intensificados os movimentos para evidenciar ao novo governador Ranolfo Vieira Júnior que a Corsan tem todas as condições de atingir as metas de saneamento sem precisar de recursos privados, como já foi comprovado pela Agergs e estudos técnicos do Fórum em Defesa da Água e do Saneamento.

O dirigente destacou ainda o acordo coletivo da categoria que está em tratativas com o governo estadual. Porém, ressaltou que é inédito na história da companhia que o diretor da estatal, Roberto Barbutti, se recuse a dialogar com a representação dos servidores.

Mobilização com novo governador

A direção da entidade anunciou que todas as medidas legais e de mobilização continuarão sendo feitas, além de intensificar o diálogo entre prefeitos e vereadores atendidos pela companhia com o novo governador.

Durante a reunião online, dezenas de servidores de todo o estado manifestaram apoio às ações tomadas pelo sindicato que não descarta uma manifestação de toda a categoria em Porto Alegre, dependendo dos desdobramentos dos próximos dias.

Intenções eleitoreiras prejudicam a população

“Não há razões técnicas e financeiras para privatizar a companhia. O que motiva a venda da estatal são intensões eleitoreiras, de um governador egoísta, pretensioso, com visão personalista. Isso não é bom para o estado. O povo gaúcho não pode pagar o preço das ambições pessoais de Eduardo Leite”, enfatizou o assessor jurídico do Sindiágua, Antônio Escosteguy Castro.

O advogado elencou as diferentes iniciativas que resultaram na adesão de apenas 24% dos municípios aos aditivos ofertados pelo governo estadual até 16 de dezembro, seguindo a legislação estadual. Diferentes ações judiciais também impactaram o anunciado leilão das ações na Comissão de Valores Imobiliários anunciado para fevereiro último e transferido para julho. As oscilações do dólar, a influência da guerra na Ucrânia e as alterações políticas em ano eleitoral são fatores também abordados como desencorajadores para investimentos privados no atual cenário.

“Podemos nos considerar vitoriosos no debate jurídico, nos diálogos com os municípios. Denunciamos que a Corsan não atuava corretamente frente ao Novo Marco Legal do Saneamento, motivada só por princípios eleitoreiros do governador Eduardo Leite. A companhia não se interessava em cumprir a lei, mas apenas entregar a estatal para o grande capital internacional. A privatização é um erro estratégico para o RS. O governador que sai só está interessado no seu projeto pessoal e político”, completou Castro.

* Com informações do Sindiágua/RS


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Edição: Katia Marko