Rio Grande do Sul

Região Metropolitana

Empresários do transporte oferecem pagar salários em duas parcelas e sindicato vai a assembleia

Proposta é pagar 60% imediatamente e restante no dia 15; rodoviários metropolitanos podem deflagrar greve na terça

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Empresários do transporte metropolitano querem subsídio do governo para cumprir compromissos com trabalhadores - Reprodução

Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (5), os representantes das empresas de transporte metropolitano ofereceram a proposta para a categoria dos trabalhadores rodoviários de pagar 60% dos salários, com a promessa de quitar os valores até o dia 15 de agosto.

Contatado pela reportagem do Brasil de Fato RS, o secretário geral do Sindicato Metropolitano Rodoviário (SindMetropolitano), Alexandre Araújo, afirmou que já estão sendo coletadas assinaturas entre os trabalhadores para convocar assembleia e apresentar a proposta para a categoria.

"O sindicato vai realizar uma assembleia plebiscitaria com a categoria para ver se aceita ou não a proposta obtida. Caso não aceite, greve a partir de terça-feira (9)", disse o dirigente sindical.

A reportagem contatou a assessoria de imprensa da Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) para confirmar a proposta e pegar o posicionamento oficial.

Entenda o impasse

Conforme o Brasil de Fato RS havia contextualizado, os empresários do transporte afirmam estarem vivendo uma crise no sistema e que precisam de aportes financeiros vindos do poder público, sob risco de entrar "em colapso". As empresas já haviam recebido, no final de 2021, um subsídio no valor de aproximadamente R$ 68 milhões. O valor seria usado para pagar compromissos com os trabalhadores ainda do mês de outubro, além de outras obrigações trabalhistas. Agora, a ATM novamente reclama uma extensão desse auxílio.

Segundo o presidente da ATM, José Antonio Ohlweiler, o objetivo é evitar um "colapso desse sistema essencial", o que seria "catastrófico para toda a região”. A justificativa é que a cobrança de passagens não está cobrindo os custos das empresas, o que leva a associação de empresários a pedir uma "revisão tarifária" e um "aporte para o Estado, pois essa conta não pode ser paga somente pelas pessoas”.

Os trabalhadores representados pelo SindMetropolitano afirmam estarem há dois anos sem receber reajuste. O secretário do sindicato afirma que a situação está "arrebentando de novo no lado mais fraco".


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Marcelo Ferreira