Rio Grande do Sul

Privatização

Artigo | Governo do estado comete crime contra o patrimônio natural do povo gaúcho

Concessão do Parque Estadual do Turvo segue a onda privatista do poder Executivo, avalia o MAB

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Parque abriga o Salto do Yucumã, maior salto longitudinal do mundo, com 1,8 mil metros de extensão em quedas d’água de 12 a 15 metros de altura - Foto: Divulgação Sema

A sanha entreguista do governo do estado não para! A bola da vez é o Parque Estadual do Turvo, um patrimônio público natural localizado na região Noroeste do RS. A privatização do parque segue a onda privatista que vendeu a preço de banana a Companhia Estadual de Energia Elétrica Distribuição (CEEE-D) por R$ 100 mil e colocou em leilão no final do mês de julho a CEEE - Geração por cerca de R$ 830 mil, preços baixíssimos se comparado ao que essas empresas lucram. 

Segundo a vontade do governo, o leilão do Parque Estadual do Turvo será realizado no dia 31 de agosto de 2022, com outorga mínima de R$ 71,9 mil. O projeto de concessão foi feito em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDRE), que tem cumprido um papel desastroso, irresponsável e criminoso frente ao patrimônio público nacional com a modelagem dos projetos de privatização em curso no país.

O Parque Estadual está localizado no município de Derrubadas, Noroeste gaúcho, junto ao rio Uruguai. Abriga o Salto do Yucumã, maior salto longitudinal do mundo, com 1,8 mil metros de extensão em quedas d’água de 12 a 15 metros de altura.

Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens, somos contra a privatização desse bem comum, pois entendemos que ele deve se manter como patrimônio do povo gaúcho, como bem comum que é, e não de uma empresa que tem como princípio o lucro através da exploração dessa riqueza natural.
  
Por fim, nos colocamos em luta em defesa das águas, das matas, dos direitos humanos e ambientais, denunciamos o atual governo estadual que entrega nossas riquezas e nossa soberania ao capital privado. E reivindicamos investimentos para o parque, melhoria das condições de trabalho para os guardas, proteção e cuidado comum.

Água e energia, com soberania, distribuição da riqueza e controle popular!

O parque não é mercadoria, o parque é bem comum de todos e todas!

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Marcelo Ferreira