Rio Grande do Sul

TENSÃO POLÍTICA

Câmara Municipal de Porto Alegre cencela sessões plenárias após briga entre vereadores

Justiça Eleitoral determinou apreensão do panfleto bolsonarista irregular que motivou início do conflito

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Vereador Bobadra agrediu Leonel Radde no Centro de Porto Alegre nesta sexta-feira (21) - Foto: Reprodução

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre suspendeu as sessões plenárias desta semana, previstas para hoje (24) e quarta-feira (26). No anúncio feito pela Casa, o presidente do Legislativo, Idenir Cecchim (MDB) afirma que a medida tem o objetivo de preservar a imagem da Câmara e dos parlamentares, após briga envolvendo os vereadores Alexandre Bobadra (PL) e Leonel Radde (PT), na última sexta-feira (21), no centro da capital gaúcha.

“Decidimos por cancelar as sessões desta semana, para preservar a integridade dos vereadores, dos funcionários, e da própria Câmara. Temos acompanhado, nos últimos dias, um aumento na tensão que envolve o segundo turno das eleições e entendemos que os embates no plenário poderiam colaborar com esse contexto”, esclarece Cecchim.

A distribuição de panfletos de campanha apócrifos, sem identificações obrigatórias, por Bobadra e um grupo de militantes bolsonaristas, motivou o início do conflito, que terminou em socos no largo Glênio Peres, local de intensa movimentação de Porto Alegre. Tanto Radde quanto Bobadra registraram ocorrência na Polícia Civil.

Conforme Radde, ele foi verificar denúncia da distribuição do material irregular por militantes bolsonaristas e não pegou nenhum panfleto, quando Bobadra foi chamado e foi em sua direção iniciando a agressão. Bobadra alega que sua banca, com materiais do Bolsonaro e Onyx Lorenzoni (PL) foi roubada.

O petista, que foi eleito deputado estadual, disse em suas redes sociais que considera a decisão de suspender as sessões “uma vergonha” que teria o “intuito de proteger” seu agressor. Ele havia convocado manifestação nesta segunda-feira em frente à Câmara para exigir a cassação de Bobadra, que teve diploma e mandato cassado pela Justiça Eleitoral no Rio Grande do Sul em julho de 2022, mas que permanece no mandato enquanto o processo tramita em instâncias superiores da Justiça. Com o cancelamento das sessões, o protesto foi reagendado para a próxima segunda (31).

Justiça determina recolher panfletos


Panfleto distribuído (esq.) é semelhante a outdoor retirado de prédio em Porto Alegre por decisão judicial (dir.) / Reprodução

No sábado, o juiz eleitoral Márcio André Keppler Fraga, da 113ª Zona Eleitoral de Porto Alegre, determinou o recolhimento do material irregular distribuído, após denúncia da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).

“Se observa que não constam os elementos elencados na norma de regência, quais sejam: ‘número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem’, diz trecho da decisão do juiz.

Além de não terem identificação, os panfletos apócrifos traziam informações e design semelhantes a outdoors instalados em agosto em fechadas de dois prédios de Porto Alegre, que também foram removidos por ordem judicial, a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS). Os materiais configuravam propaganda eleitoral infringiam as regras de publicidade política e também as regras de publicidade do município de Porto Alegre.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Marcelo Ferreira