Rio Grande do Sul

Venda em Cheque

Estudo aponta que Corsan teria um valor 75% maior do que o que foi arrematado em leilão

Análise foi realizada pela economista André Locatelli; Corsan valeria R$ 7,26 bi, tendo sido vendida por R$ 4,15 bi

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Corsan foi privatizada através de leilão realizado na Bolsa de Valores (B3), tendo como comprador o Consórcio Aegea, com proposta única de aproximadamente R$ 4,1 bilhões - Reprodução

Um estudo solicitado pelo Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado do Rio Grande do Sul (Sintec/RS) afirma que a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) teria sido vendida por um valor muito abaixo do que a empresa realmente valeria. O estudo foi conduzido por André Locatelli, economista, professor e administrador de carteira de valores mobiliários.

A avaliação econômico-financeira da Corsan foi concluída no final de janeiro, tendo apurado que ela vale R$ 7,26 bilhões. Esta cifra é 75% maior do que o lance único dado no leilão de privatização, ocorrido em dezembro de 2022, quando a Companhia foi arrematada por R$ 4,15 bilhões.

Segundo consta no estudo divulgado pelo Sintec/RS, a avaliação de valor feita pelo governo estadual teve como consequência "em um cálculo desatualizado". Ao desconsiderar um período que apresentou excelentes resultados, resultou "em um prejuízo de mais de R$ 3 bilhões e na subvalorização da Companhia".

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A reportagem do Brasil de Fato RS entrou em contato com a presidência da Corsan, através da assessoria de comunicação da empresa. Foi questionado se a presidência gostaria de comentar as afirmações trazidas pelo estudo, se as considera válidas ou não. Além disso, foi perguntado se está sendo considerada a possibilidade de que estes possíveis erros de valoração da Companhia possam prejudicar a finalização do contrato de desestatização.

Até o fechamento da matéria, não houve retorno da empresa. O espaço segue aberto.

Justiça do Trabalho marca conciliação

O Sintec/RS relata ainda que esses cálculos e conclusões do estudo foram apresentados ao Poder Judiciário e Tribunal de Contas do Estado. Recorda também que ainda são aguardadas decisões definitivas sobre julgamento de méritos em ações que questionam a regularidade da desestatização.

Além destes certames, corre na Justiça do Trabalho outra frente que impede o fechamento da privatização. A 18ª Vara da Justiça do Trabalho marcou uma audiência de conciliação entre o sindicato, a companhia, o governo do Estado e a Aegea, empresa que venceu o leilão, para daqui quinta-feira da semana que vem (16) .


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Edição: Marcelo Ferreira