Rio Grande do Sul

BASTA DE FEMINICÍDIO

Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres é recriada na Assembleia

Parlamentares de partidos de esquerda, centro e direita do RS assinaram requerimento para retomar a iniciativa pioneira

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ação de conscientização do deputado Adão Pretto no Litoral Norte - Foto: Paulo Roberto

Após ser chancelada por deputados e deputadas de partidos de esquerda, centro e direita, a recriação da Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres foi homologada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (28). Ela será coordenada pelo deputado Adão Pretto Filho (PT), num processo de continuidade dos trabalhos do ex-deputado e seu irmão, Edegar Pretto, que liderou de 2011 a 2022 a iniciativa pioneira no país.

Adão Pretto considera a retomada da Frente muito simbólica e importante. "Queremos dialogar principalmente com os homens, porque na maioria das vezes a violência contra as mulheres é cometida por quem as conhece, como o namorado, o marido ou ex-companheiro. Então, é com eles que nós precisamos conversar para mudar essa sociedade, que infelizmente ainda é muito preconceituosa e machista”, afirma.

A homologação ocorreu durante reunião ordinária dos integrantes da Mesa, após o requerimento para a recriação da Frente ter alcançado as 19 assinaturas necessárias, envolvendo parlamentares do PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSD, PSDB, PP e Republicanos. A próxima etapa é a sua instalação, o que deve ocorrer nas próximas semanas.

De acordo com o deputado, a ideia é fazer reuniões com frequência e chamar representantes dos poderes Executivo e Judiciário, além da sociedade civil organizada e dos movimentos sociais, para participarem e construírem coletivamente projetos de lei e campanhas de conscientização. Ele acrescenta que também serão convidados parlamentares de outros partidos e de diferentes pensamentos ideológicos, formando uma frente pluripartidária.

“O problema da violência contra as mulheres e meninas será enfrentado de forma muito enérgica com as leis, mas também com a conscientização para um mundo de mais paz e igualdade. Estaremos com essa responsabilidade, mas sem tirar o protagonismo das mulheres, que têm uma luta centenária nessa causa. Queremos estar ao lado delas”, sinaliza.

Conforme o mapa dos feminicídios elaborado pela Polícia Civil, pelo menos 106 mulheres foram assassinadas por questões de gênero em 2022 no estado. Um aumento de 10,4% com relação ao ano anterior, visto que em 2021 haviam sido 96 mortes.

Histórico da Frente

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi a primeira a criar, ainda em 2011, a Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, inspirando Câmaras de Vereadores de várias regiões do estado, que lançaram as Frentes Parlamentares Municipais.

Uma das suas principais campanhas é a do “Cartão Vermelho para a violência contra as mulheres”, que envolve clubes de futebol em ações de conscientização durante os jogos. Os dois principais parceiros são o Inter e o Grêmio. Também foram realizadas edições do Encontro Gaúcho de Homens e publicações do Relatório Lilás, que é uma referência para análise do fenômeno da violência de gênero no estado.

* Com informações da assessoria de imprensa


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Marcelo Ferreira