Rio Grande do Sul

Mobilização Popular

1º Fórum Social das Periferias de Porto Alegre encerra com atividade político-cultural

Evento em escola da vila Bom Jesus reuniu lideranças e ativistas para conversar sobre a semana de atividades

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O 1º Fórum Social das Periferias de Porto Alegre encerra com o desafio de fazer esse processo acumular em uma mobilização permanente - Foto: Pedro Neves

O 1º Fórum Social das Periferias de Porto Alegre realizou sua atividade de encerramento no sábado (6), na Escola José Mariano Beck, localizada na Bom Jesus, bairro da Zona Leste da Capital.

Foram realizadas apresentações culturais e uma roda de conversa com integrantes do grupo que propôs e coordenou o Fórum, além de lideranças comunitárias, ativistas, moradores locais e pessoas que participaram de outras atividades.

Na fala dos presentes, diversas foram as manifestações sobre tentar organizar uma segunda edição. Também foi destacado o desafio de canalizar as energias desse processo em mobilizações permanentes por melhorias nas condições de vida desses bairros.


Roda de conversa encerrou o Fórum Social das Periferias de Porto Alegre e avaliou os erros e acertos, ressaltando a importância do encontro de ativistas de várias comunidades / Foto: Pedro Neves

Uma das integrantes da coordenação, a conselheira tutelar da Bom Jesus, Cris Medeiros, explica que a roda de conversa debateu os desafios e a experiência de organizar a semana de atividades. "O Fórum aconteceu a partir da nossa vontade de fazer. Os ativistas comunitários e sociais tiraram dinheiro do bolso e tivemos parcerias para fazer alguns materiais."

:: Ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou de atividade do 1º Fórum das Periferias de Porto Alegre ::

Segundo ela, durante as atividades da semana, muitas conversas indicaram a realização de uma segunda edição. Na roda de conversa para avaliar os erros e acertos, foi ressaltada a importância de encontros de ativistas de várias comunidades.

"As periferias são territórios de resistência. Precisamos nos organizar e pra isso a gente precisa estar junto e trocar ideias. Temos que valorizar que mesmo tendo poucas condições materiais, a gente consegue fazer grandes mobilizações nas periferias", completou Cris Medeiros.

No mesmo sentido, Fabiano Negreiros, também integrante da coordenação e líder comunitário da Vila Cruzeiro, afirmou que a organização do Fórum não teve entidades nem pessoas de fora dos territórios. A atividade foi construída pelas próprias lideranças das comunidades e a militância.

"O Fórum vem para ser cada vez mais um espaço permanente de organização nosso. Encerrar aqui na Bonja [apelido do bairro] foi uma decisão democrática, assim como fazer a abertura na Ilha dos Marinheiros. Foi uma decisão coerente com o que é o Fórum: um espaço nosso para organizar por uma vida melhor", explicou Fabiano.

 

Outra pessoa que participou na organização das atividades foi Ângela Comunal, da Associação Mulheres Maria da Glória, do Morro da Cruz. Para ela, as atividades do Fórum são uma forma de fazer política comunitária.

"Existem várias formas de fazer política, nenhuma é ruim, quando sabemos fazer escolhas. Hoje está fácil dizer que a política é ruim e estamos ficando com medo de fazer política. Mas a política é valida, depende da forma como encaramos ela", afirmou.

Também falando sobre as formas de fazer política, Ângelo Matos, liderança do Campo da Tuca, região da Zona Leste, falou que o país vivenciou os efeitos nocivos da negação da política.

"Quando se negou a política, o resultado foi o Bolsonaro. Não podemos ser o repetidor daquilo que a burguesia quer que a gente faça. Temos que fazer andar o nosso moinho, não o moinho dos outros. A palavra periferia tem que ser honrada por nós", defendeu.

Confira a transmissão ao vivo do evento:


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Edição: Marcelo Ferreira