Rio Grande do Sul

Mobilização

Policiais civis do RS protestam contra excesso de trabalho e pedem reajuste salarial

Sindicato afirma que as péssimas condições de trabalho estão levando trabalhadores ao adoecimento

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"A gente vai mostrar para a população as mazelas que existem dentro da Polícia Civil", ressalta dirigente - Foto: Luiza Castro/Sul21

“Esse governo não tem dado a contra-prestação que ele deve aos policiais pelo volume e pela qualidade dos trabalho dos policiais civis do Rio Grande do Sul”, denunciaram os policiais civis do estado, em ato realizado na tarde desta terça-feira (3). Ao som de Ivete Sangalo, a categoria liderada pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do RS (Ugeirm-Sindicato) realizou uma marcha pelas ruas de Porto Alegre pedindo reajuste salarial e melhores condições de trabalho. 

Os trabalhadores realizaram uma assembleia em frente ao Palácio da Polícia. Na sequência partiram em marcha até o Palácio Piratini e a Assembleia Legislativa. A escolha pelas músicas da cantora baiana foi feita como uma forma de protesto à ida do governador Eduardo Leite (PSDB) ao show da cantora no último sábado (30). Durante o trajeto os manifestantes chamaram atenção para o déficit de pessoal, salários congelados e falta de promoções na carreira. Segundo a Ugeirm, as péssimas condições de trabalho levam profissionais ao adoecimento, com servidores pedindo afastamento para cuidar da saúde.

“Marcharam hoje policiais de todo o estado do Rio Grande do Sul, ativos e inativos, demonstrando a nossa unidade. Isso mostrou a população Gaúcha que os policiais civis estão insatisfeitos, estão trabalhando muito e não tem a devida valorização do empregador. A única arma que nós temos de luta é o nosso trabalho, a gente não vai deixar de trabalhar para a população gaúcha, porque são eles que pagam nosso salário, mas a gente vai mostrar para a população as mazelas que existem dentro da Polícia Civil”, ressaltou a vice-presidente da Ugeirm, Neiva Carla.

De acordo com a dirigente, hoje um policial civil se desdobra em dois, em três, para poder dar conta da demanda de serviço. “A partir de hoje, os policiais civis vão fazer só aquilo que está previsto em lei”, frisou. 

“É um momento de muita luta no Rio Grande do Sul. Momento de mostrar indignação. Estamos trazendo a sede simbólica da Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis), de Brasília para o Rio Grande do Sul, para somar forças com a Ugeirm, com o Sinpol e com todas as entidades envolvidas nessa grande marcha. Vamos somar nessa luta”, pontuou o presidente da Cobrapol, Adriano Bandeira, que esteve presente ao ato.

Também presente ao ato, o deputado estadual Leonel Radde (PT) destacou que o protesto dos policiais representa uma marcha de todos os servidores públicos do estado. “É um momento muito importante que demonstra nosso repúdio ao que o governo Leite tem feito com a nossa categoria”, ressaltou o parlamentar que também é policial civil.

A categoria reivindica a reposição salarial das perdas nos últimos anos, pois recebeu apenas a reposição de 6% dada a todo o funcionalismo em 2022

* Com informações do Sul 21 e Ugeirm. 


Edição: Marcelo Ferreira