Rio Grande do Sul

PAPO DE SÁBADO

Filho converte casa do pai guerrilheiro em um espaço de memória e cultura

No próximo dia 29, também será lançado livro que marca um ano da morte de Diógenes de Oliveira

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Guilherme Oliveira está transformando a casa paterna em espaço de memória e de agitação cultural na capital gaúcha. Lança junto com Matheus Piccini o fotolivro “Memória – Diógenes Oliveira" - Foto: Manoela Flôres Soares

Diógenes de Oliveira, gaúcho de Cerrito, interior de Júlio de Castilhos, viveu muitas vidas antes de morrer, um ano atrás, em um hospital de Porto Alegre. Tinha 79 anos. Foi bancário, eletricitário, trovador, poeta bissexto, guerrilheiro e preso político. Mudou até de nome ao sair do Brasil já no período da ditadura.

Militante de muitas frentes, envolveu-se na Campanha da Legalidade que travou a tentativa de golpe militar em 1961. Integrou o Partido Comunista Brasileiro (PCB), perfilou-se ao Movimento Nacionalista Revolucionário, fundado por Leonel Brizola no Uruguai e, mais tarde, juntou-se à Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR, do capitão Carlos Lamarca, para a batalha nas trevas contra o regime dos generais.

:: Aberta a Casa de Cultura Diógenes Oliveira ::

Fez treinamento em Cuba, onde conheceu Che Guevara. De volta ao Brasil, foi preso e torturado da maneira mais cruel possível. Salvou-se em 1970 após a VPR sequestrar o cônsul do Japão em São Paulo e trocá-lo pela sua libertação e de mais quatro companheiros. No Chile, quando Salvador Allende foi morto no Palácio de La Moneda, escapou do pior ao conseguir entrar na embaixada do México. Além do Chile, passou por México, Cuba, Coréia do Norte, Bélgica, Portugal e Guiné-Bissau. Na ex-colônia portuguesa na África, participou do governo revolucionário que vencera a dominação colonial.

Voltando ao Brasil, foi secretário dos transportes no primeiro governo do PT em Porto Alegre, partido que ajudou a criar. Era presidente do Clube de Seguros da Cidadania em 2001 quando virou alvo do conservadorismo e sofreu uma bateria de denúncias, inclusive a de vinculação ao jogo do bicho. Vítima de assassinato de reputação, metralhado diariamente por manchetes de jornal, acabaria absolvido de todas as acusações.

Agora, seu filho Guilherme Oliveira está transformando a casa paterna em espaço de memória e de agitação cultural na capital gaúcha. No dia 29, às 11h, lança junto com Matheus Piccini o fotolivro “Memória – Diógenes Oliveira". No mesmo dia, acontecerá também mais uma edição do evento Flor del Pago, composto por música, dança e gastronomia gaúcha. Nesta edição, além do curador Ciro Ferreira, tem show com Su Paz e Marta Severo.

Para saber mais sobre o tema, Brasil de Fato RS conversou com a dupla. Acompanhe: 

Brasil de Fato RS - Guilherme, como nasceu o projeto de criar uma casa de memória do teu pai?

Guilherme Oliveira - Vem dentro de um processo que vive Porto Alegre, na verdade de reação ao processo de gentrificação que a cidade está passando. Sou vizinho da casa que era do (escritor) Caio Fernando Abreu, que foi demolida, o que gerou uma grande comoção. Recentemente, a casa onde o (escritor) Dyonélio Machado viveu estava à venda. Conseguiram reverter o processo. Esta casa aqui teve procura de construtoras para colocar abaixo e fazer outra coisa. Não concordamos e veio a proposta de transformá-la em um centro de memória e cultura.

Guerrilheiros do Brasil todo estiveram nesta casa

BdFRS - E como se pretende viabilizar isso?

Guilherme - As pessoas que conheceram o Diógenes têm muito carinho por ele. Estão pegando junto. O fotolivro está tendo muito apoio. Diógenes acaba sendo o retrato de alguns momentos históricos do Brasil. Primeiro, porque sobreviveu à ditadura quando a maioria dos companheiros dele morreram. Para muitos, é um símbolo dessa luta. No geral, centros de memória (do tipo) são lugares onde houve tortura. Não houve tortura nesta casa, mas guerrilheiros, sobreviventes como ele, do Brasil todo, estiveram aqui, compartilharam experiências, articularam a luta por memória, verdade e justiça. Foram gravados documentários aqui. 


Casa Diógenes fica na Cidade Baixa em Porto Alegre / Foto: Alexandre Garcia

Segundo, tem o pessoal que viveu muito a política das décadas de 1980/90, as primeiras gestões populares, como a prefeitura de Olívio Dutra, que também está pegando junto, que trabalhou com ele, encarou o desafio com ele na secretaria de Transportes... Esse pessoal tem participado dos eventos.

Para viabilizar a casa, a ideia é que haja um evento por mês. O primeiro foi a inauguração da casa e o segundo foi o Flor del Pago, um projeto de música do sul da América do Sul. E o pessoal também veio no sentido de buscar cultura, de reencontrar essas memórias da convivência, da política olho no olho, desse fazer política mais humano, mais fraterno, onde as pessoas se enxerguem, as pessoas se toquem, as pessoas troquem não só palavras como sensações, olhares. Vai ser um ponto de encontro.

:: Diógenes Carvalho de Oliveira, parte um lutador do povo ::

Diógenes era um homem da cultura também, era um poeta, um trovador, e gostava de fazer saraus. Além disso, tem a possibilidade de fazer formação sindical aqui. Diógenes foi bancário, participou de greve, foi dirigente sindical. Então, os bancários estão muito interessados. Tem os 90 anos do SindBancários agora. Mais para a frente, (vamos) tentar buscar recursos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc para manutenção de acervo, preservação da história...

BdFRS - Vai ser um espaço de memória e cultural, a ideia é essa? E como que entras nessa história, Matheus?

Matheus Piccini - Eu e o Guilherme nos conhecemos desde 2011, fomos colegas de Jornalismo e membros do Centro Acadêmico da Comunicação Social da PUCRS. Guilherme começou me convidando para fazer os registros fotográficos dos eventos. Logo, veio a proposta do fotolivro. Aceitei de imediato. Tive a oportunidade, uma vez dentro dessa casa, de entrevistar Diógenes. Foi uma das entrevistas mais cativantes, emocionantes, pesada até, que fiz até hoje. Sabemos que é muito difícil as pessoas que passaram pelo período da ditadura, que sofreram tortura, de falar sobre isso. E Diógenes foi super aberto comigo, contou tudo. É uma figura exemplar de resistência. E me senti muito honrado de poder fazer parte disso.


Uma casa dedicada à memória e a história / Foto: Alexandre Garcia

BdFRS - São dois jovens que pretendem contar essa história, quando se sabe que, na juventude, poucos sabem o que realmente aconteceu na ditadura. E, hoje, vivemos ainda a questão do revisionismo...

Guilherme - Achamos que, como o Bolsonaro foi derrotado nas eleições e agora está acuado, que o bolsonarismo meio que sumiu. Mas segue muito presente. Teve a eleição do Conselho Tutelar há pouco. Quando fui votar, uma das urnas falhou e o pessoal já começou: “Foi assim que o Luladrão ganhou a eleição”. Começou todo um questionamento quanto às urnas. Sabemos que atrás disso está o discurso golpista. A questão do golpe, de sufocar a esquerda, de que a esquerda não exista segue presente. Então é preciso manter também presente a luta contra a ditadura.

A ideia é que a juventude venha se apropriar mais da história do campo progressista

Diógenes foi um guerreiro. Enfrentou condições completamente adversas, seus companheiros morreram. Ele, inclusive, morreu por conta das sequelas da tortura. O câncer que o matou era uma metástase de um tampo que tinha no olho. Ele tinha um olho de vidro, ele perdeu o olho trabalhando no campo quando criança, em Júlio de Castilhos. Depois, seus torturadores retiravam a prótese para aplicar choque elétrico ali. E ali nasce um câncer muito raro anos depois. Teve sequelas até o fim da vida.

É importante que as pessoas saibam disso. Muitas não têm ideia do que pode vir a ser um regime totalitário. Mas a casa não deve ser um lugar de culto ao personalismo, à pessoa do Diógenes. Deve ser mais do que isso. Deve ser um lugar para refletir sobre a importância da democracia e do que pode ser o fim dessa democracia. Bolsonaro, quando vota o impeachment da Dilma, homenageia Brilhante Ustra (maior torturador do período 1964/1985). Quem foi Brilhante Ustra? Que passado é esse que o Bolsonaro reivindica?


"A ideia do centro é que a juventude venha se apropriar mais da história do campo progressista", explica Guilherme / Foto: Alexandre Garcia

Um centro de memória vem aprofundar (o conhecimento do passado). A ideia do centro é que a juventude venha se apropriar mais da história do campo progressista. A direita faz algo como se o Bolsonaro fosse o outsider, e a esquerda fosse a ditadura do politicamente correto, fosse o pessoal xaropão, do mimimi. Isso é discurso criado para deslegitimar a esquerda e torná-la pouco interessante para a juventude.

Matheus - Há políticos aqui da Capital que comemoram o golpe, fazem festa em homenagem aos torturadores. Vendo isso, gente clamando pela tortura de opositores, me sinto quase que como um dever, ainda mais como jornalista, de lembrar as pessoas. Aqui é o espaço perfeito para manter essa história viva. É de extrema importância a gente manter viva essa lembrança do que foram os horrores da ditadura.

BdFRS - E o projeto do livro, como entra nisso?

Guilherme - O que fazemos aqui é único porque muito da história que está sendo contada não foi registrada ainda. Então, nesse fotolivro encontramos personagens como João Batista Marçal, Índio Vargas, (Roberto) Fortini, (João Carlos) Bona Garcia, pessoas que estiveram entre nós, mas não tiveram ainda um registro que as colocasse na mesma obra. Não é tanto a história do indivíduo Diógenes, mas o momento histórico que ele representa.

Queremos fazer com que as pessoas que viveram a luta contra a ditadura, o exílio, as primeiras gestões dos governos populares Brasil a fora, peguem a obra e digam: minha história está contada aqui. Daqui a pouco, netos de quem viveu aquele momento vão ler e dizer: foi daqui que eu vim, essa é a minha raiz, eu não vim do nada, tem uma trajetória em que a gente vem vindo.

A rigidez revolucionária do Diógenes não revelou esse fato nem para os filhos

BdFRS - O livro é dedicado ao militante Paulo de Tarso Carneiro. Na abertura diz ´Diógenes Oliveira que um dia se chamou Paulo de Tarso Carneiro`. Como é essa história?

Guilherme - Diógenes, como tantos jovens que vieram do Interior, da pampa pobre, acabou sendo bancário. Agora nem tanto, mas antigamente se conseguia ter um padrão de vida bem interessante. E era um momento de efervescência. Havia a questão do Movimento da Legalidade. O pai vive muito a Legalidade, forma dois Grupos dos 11 (agrupamento de apoiadores do governo do PTB), em 1963 vem uma greve histórica da categoria.

Então, ele e o Paulo de Tarso Carneiro se aproximam a partir da greve. A partir dali, Diógenes começa a se postular como liderança. Já era militante do Partido Comunista. Quando chegou a Porto Alegre, veio com uma recomendação para procurar a poetisa Lila Ripoll que o introduz no PCB. Já tinha essa dupla militância, no PTB ligado ao (Leonel) Brizola, e no partidão.

Vem a ditadura e o Brizola vai para o Uruguai, funda o Movimento Nacionalista Revolucionário, o MNR. Então vem a diretriz: todo mundo tira passaporte, para fazer treinamento militar em Cuba. Diógenes tira o dele, mas pedem (no movimento) o passaporte dele para outro companheiro que não tinha. E o Diógenes fica sem o passaporte. Quando chegou a hora dele ir pediu o passaporte do Paulo de Tarso.

:: O guerreiro descansou: o Brasil perde Diógenes Oliveira ::

No PCB dizem pra ele: “Tens que saber que, a partir do momento que entrares na clandestinidade, o Diógenes que existia até hoje acaba aqui. Queima os teus documentos. Não existe mais, não procura mais ninguém”. Ele entra na clandestinidade, pega o passaporte do Paulo de Tarso e sai do Brasil. Primeiro, faz um trabalho a partir do MNR entrando e saindo do Brasil a partir do Uruguai para distribuir o jornal da organização. Depois, ao ser enviado para Cuba, faz todo um périplo pelo mundo com o passaporte do Paulo de Tarso, para despistar a repressão, até chegar ao destino e lá destrói o passaporte.

BdFRS - Essas histórias todas ouvias quando era criança?

Guilherme - Essa eu não conhecia. Paulo de Tarso me perguntou “Sabias que o teu pai já se chamou Paulo de Tarso?” Ele destaca isso. A rigidez revolucionária do Diógenes, que nunca revelou esse fato nem para os filhos.

BdFRS - Nasceste aqui nesta casa?  

Guilherme - Poucos meses depois que nasci os meus pais, que vinham do exílio, vieram para cá. Às vezes, eu chegava aqui, adolescente, meio correndo para pegar um caderno, e estava uma turma da velha guarda, whisky, cigarro, aquela fumaça, aquela neblina, aquelas conspirações sobre como tomar o poder e como se mexer dentro do estado.

Depois veio aquele processo da CPI da Segurança Pública, em 2001. Ele fica entrincheirado e baixa aqui o pessoal do MST, porque tem ameaça de morte ao Diógenes. Veio o pessoal que, quando dava um conflito, eles tinham todo um histórico de resistência. Isso na época da CPI, que era da segurança pública, e veio a ser conhecida como ´CPI da segurança do jogo do bicho`...

Ele teve um ataque cardíaco depondo oito horas na CPI

BdFRS - Mas ele sofreu ameaça de morte pelo jogo do bicho?

Guilherme - Quem fez a ameaça de morte eu não sei. Houve essa ameaça. Houve um cabo de guerra ali. Ele foi depor, ficou oito horas depondo, teve um ataque cardíaco e foi levado ao Instituto de Cardiologia. Deputados da direita, que eram coordenados pelo (deputado) Vieira da Cunha, relator da CPI, tentaram entrar no Instituto, mas o Frei Sérgio (Görgen) se colocou na frente do instituto e disse: “Aqui não vai entrar nenhum deputado”. Então, o pessoal da CPI invade esta casa aqui. Tem capa do jornal: ´Cai a casa do Diógenes` e vieram várias capas nesse sentido de destruir a história dele…


"Aqui é o espaço perfeito para manter essa história viva", acredita Piccini / Foto: Alexandre Garcia

Matheus - A RBS veio para derrubar o Diógenes, para acabar com a vida do cara mesmo...

Guilherme - E veio capa atrás de capa. Naquele momento, muitos companheiros meio que titubearam, forças internas do PT também meio que titubearam. E o MST não titubeia. Diz que há um processo golpista, que querem derrubar o Olívio, o Diógenes é nosso companheiro, não vamos deixar ele na mão. E o MST abraça ele de uma forma única.

Um dos aspectos que queremos abordar no fotolivro é o restabelecimento da verdade. Até hoje é dito o ´terrorista`, o ´trambiqueiro`, o ´assassino`, o ´cara do jogo do bicho`, até hoje essas histórias circulam por aí. A gente tem que estar sempre fazendo essa disputa.

Eram 16 caras numa cela e o Diógenes com um livro do Fernando Pessoa declamando poesia

BdFRS - E vocês estão com uma campanha para conseguir viabilizar o projeto do livro...

Guilherme - Pegamos uma editora e todos os custos serão com a gente. Não é barato. São 112 páginas coloridas de fotografias. Para fazer 200 cópias são R$ 12 mil. Vai dar R$ 60 cada exemplar. E o que pensamos? Se for R$ 60, muita gente não vai comprar. Então, temos que colocar, no máximo, por R$ 35, e aí vamos ter que buscar pessoas para apoiar. E está dando muito certo.

Entidades sindicais, associações, bancada do PT na Assembleia, mandatos de esquerda, advogados, pessoas físicas, quem tem uma visão de luta está pegando junto. É muito interessante também que o pessoal que participou da luta armada tem uma parceria grande, um companheirismo tão grande que, mesmo muito tempo sem se verem, seguem se vendo como irmãos.


"Diógenes era um homem da cultura, era um trovador, conhecido também como poeta", conta o filho / Foto: Alexandre Garcia

Na biografia dele, Diógenes tem muito a cara da luta armada, um (fuzil) AK-47 na capa, mas o que a gente vai dizer é que ele era outras coisas. Era um cara da poesia também. Ismael de Souza, que foi preso político com ele, narra que, na cela do (presídio) Tiradentes, Diógenes andava com livro do Fernando Pessoa. Eram 16 caras numa cela, só um buraco no chão, e ele com um livro do Fernando Pessoa declamando poesia. O que a direita fala? ´Terrorista, sanguinário`... Olha o terrorista sanguinário com livro do Fernando Pessoa...

Ele sabia onde estava o Lamarca e mesmo sob muita tortura não entregou

Matheus - O fotolivro tenta mostrar o outro lado do Diógenes, que é esse homem fraterno, um homem da cultura.

Guilherme - Porque aquele processo da CPI de 2001 foi um tombo muito grande. Na época da guerrilha, ele sabia onde estava o (ex-capitão Carlos) Lamarca e mesmo sob muita tortura não entregou. Então, imagina esse personagem circulando aqui nos meios da esquerda na década de 1990 e era muito bem-quisto em todo lugar. Mas, a partir de 2001, passa a ser um cara não bem-quisto, vira meio leproso. Viam ele e atravessavam a rua. ´Não conheço`...


O lançamento do fotolivro vai ser no dia 29 próximo, junto com o evento Flor Del Pago / Foto: Alexandre Garcia

Ele crescia na guerra, cresce nesse período, mas depois que termina a CPI, passa momentos muito difíceis de depressão. Não queria mais sair de casa. Tudo que sabia fazer era política e não podia mais fazer. Em 2008, Tarso Genro era o ministro da Justiça e Diógenes ganha seu processo de anistia, restabelecendo com isso seus direitos surrupiados pelos golpistas em 1964. E a direita volta à carga. É a partir de 2010 que ele começa a se erguer de novo em um processo de reconstrução. A biografia dele veio nesse processo. Fizemos um documentário, “Ousar Lutar, Ousar Vencer”.

O Dirceu fala que Diógenes foi uma das primeiras vítimas de lawfare

O fotolivro é uma continuidade desse projeto de reconstrução da imagem dele. Algo que só se pôde fazer agora. O (ex-ministro José) Dirceu fala que Diógenes foi uma das primeiras vítimas de lawfare (uso indevido da legislação para perseguir inimigos políticos). Depois, vieram o próprio Dirceu, José Genoíno, Dilma e o Lula. A esquerda entendeu o que era o lawfare. Que era a direita não aceitando o resultado das eleições e partindo para outros campos. Também foi um processo que veio a partir desse acúmulo também do nosso campo.

BdFRS - Como vai ser o lançamento do fotolivro?

Guilherme - O lançamento do fotolivro vai ser no dia 29 próximo. Diógenes faleceu em 28 de outubro. Queríamos lançar no aniversário de um ano da morte dele. Mas vai ter a conferência municipal do PT na mesma data e o pessoal disse que, se fosse dia 28, não poderia ir. Então, vamos fazer dia 29. Vai acontecer junto com o espetáculo de canção regional do Flor del Pago. Um evento casado.

Mas o que tem a ver o Flor del Pago com o Diógenes? Diógenes era um homem da cultura, era um trovador, conhecido também como poeta. O Olívio (Dutra) em entrevista para o fotolivro diz: ´Eu conheci o Diógenes no Mercado Público, era repentista. Conheci ele desafiando o pessoal para fazer trova`. O Flor del Pago vem nesse sentido da casa ser um espaço de memória, mas também cultural.


Edição: Ayrton Centeno