Rio Grande do Sul

DIREITO DAS MULHERES

Lançamento da 2ª edição do Projeto 'Histórias Contadas' na 69ª Feira do Livro de Porto Alegre

O projeto visa ampliar o debate sobre as Sobreviventes de Feminicídio e seus direitos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Carol Santos, fundadora do grupo Inclusivass, é uma das sobreviventes do feminicídio - Foto: Reprodução Facebook

Na próxima sexta-feira (10), às 18h30, no estande Acessibilidade da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, o Movimento Feminista Inclusivass lança em uma roda de conversa a 2ª edição do projeto Histórias Contadas, com apoio do Fundo Elas+ e parceria com o Coletivo Feminino Plural. O projeto visa ampliar o debate sobre as Sobreviventes de Feminicídio e seus direitos. 

:: Educação machista, estereótipos culturais e raiva estão na base da violência contra a mulher ::

No mesmo dia acontecerá a performance “Do luto à luta - Sobreviventes de Feminicídio”, com a artista visual de multilinguagens carioca Marta Moura, na Esquina Democrática, a partir das 17h.

O lançamento é uma promoção do Movimento Feminista Inclusivass e faz parte do projeto “Histórias Contadas 2”. As Inclusivass, como é conhecido, é um movimento de mulheres baseado em Porto Alegre, criado em 2014 para ampliar a participação e a inclusão de mulheres com deficiência nas políticas públicas. Hoje tem projeção nacional.

Sobre o projeto

Marcado pelo ineditismo, o projeto intitulado “Histórias Contadas” iniciou em agosto de 2023 com financiamento do Fundo Elas do Rio de Janeiro, e se propõe a ampliar o debate na sociedade sobre o tema da realidade vivida por mulheres que estiveram à beira da morte em função da violência de gênero, a exemplo de Maria da Penha e de Carol Santos, que é a fundadora do grupo Inclusivass.

“Precisamos incluir este tema na sociedade, combater a invisibilidade das que sobrevivem, muitas vezes com sequelas permanentes, criar legislação, redes de apoio e de enfrentamento à violência”, alerta Carol Santos, que é uma ativista digital e mulher com deficiência permanente que depende de uma cadeira de rodas.

:: “Não podemos romantizar qualquer ato de violência”, diz Carol Santos ::

Em Porto Alegre o grupo tem promovido atividades no movimento de mulheres e de pessoas com deficiência, em comunidades e fóruns institucionais, bem como discussões para pautar um projeto de lei que assegure atendimento público de atenção e cuidado específico para sobreviventes de feminicídio. “Queremos chamar a atenção para o fato de que as sobreviventes deste crime sofrem duplamente: pela tentativa de nos matar e pelo preconceito que sofrem devido às marcas, por vezes visíveis, que levam em seus corpos”, complementa Carol.

O grupo está produzindo um livro com depoimentos de mulheres que passaram por essa experiência. A obra conta, entre outras participantes, com a filósofa e escritora Márcia Tiburi.


Edição: Katia Marko