Rio Grande do Sul

ENCHENTES NO RS

Chuvas deixam quatro mortos e mais de 10 mil desabrigados no Rio Grande do Sul

As regiões mais atingidas pelas cheias nesta semana foram o Vale do rio Taquari e o Vale do rio Uruguai

Brasil de Fato RS | Porto Alegre |
Municípios de Lajeado e Estrela inundados pelo rio Taquari neste domingo (19) - Foto: Divulgação/Prefeitura de Lajeado

As cheias causadas pelas chuvas na última semana no Rio Grande do Sul causaram fortes estragos em 138 municípios e deixaram cerca de 10 mil pessoas desabrigadas no interior do estado, além de quatro mortes causadas por desabamentos de terra. A maioria dessas pessoas já havia sido desalojada durante as cheias de setembro, quando morreram 51 pessoas somente no Vale do Taquari. As regiões mais atingidas pelas enchentes nesta semana foram o Vale do rio Taquari e o Vale do rio Uruguai.  

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Em Muçum, no Vale do Taquari, a água chegou a 2,3 metros na madrugada de domingo (19), sendo que a cota de inundação é de 1,8 metros. Durante o dia as águas baixaram para 98 cm, porém ainda há falta de água potável e de energia elétrica. A cidade apresentava um cenário desolador pois ainda nem haviam terminado os reparos causados na ultima cheia .

Já em Lajeado, a prefeitura contabilizou 172 pessoas, de 71 famílias, que estão sendo abrigadas no Parque do Imigrante, mesmo local que recebeu os desalojados pelas chuvas em setembro, durante a passagem do ciclone. Elas tiveram suas casas invadidas pelas águas. O nível do Rio Taquari alcançou 24,32 metros.

Rio Uruguai

Embora tenha havido um recuo do rio Uruguai nas cidades de Itapiranga, Alto Uruguai, Porto Mauá e Porto Lucena, em Garruchos, São Borja, Itaqui e Uruguaiana o nível das águas segue crescendo. Famílias que haviam retornado para casa, agora, estão sendo obrigadas a deixar novamente a moradia.

Em Garruchos, o nível da corrente de água mede 19,3 metros, ultrapassando a cota de inundação, que é de 15 metros, subindo e realimentando a linha do baixo Uruguai. Em São Borja, o rio mede 13,84 metros, superando a cota de inundação de 9 metros e voltando a crescer em média 5 cm/h. Agora são 620 pessoas afetadas, de 154 famílias fora de casa. Os 50 desabrigados estão sendo atendidos em seis locais montados pelas autoridades e há ainda aqueles que estão em barracas por medo de saques.

Na cidade de Itaqui o rio marcava 10,60 metros, ultrapassando a cota de inundação, que é de 8,30 metros, e seguia em elevação contínua. Conforme relatório, são as mesmas 1.139 pessoas atingidas anteriormente. A balsa entre Itaqui e Alvear, na Argentina, permanece fora de serviço há 40 dias, a segunda interrupção em dois meses.

Uruguaiana também esta sofrendo com o rio em 9,93 metros, superando a cota de inundação de 8,5 metros e crescendo. O prefeito Ronnie Mello (PP) insiste para que as pessoas permaneçam fora das casas nas áreas de risco e reforçou que até quarta-feira as águas deverão manter o crescimento no município.

Já em Barra do Quaraí, divisa com o Uruguai, o rio Quaraí mede 8,16 metros, mas em declínio, já abaixo da cota de cheia de 8,50m. As 18 famílias desalojadas e duas desabrigadas assistidas pelo município iniciaram o retorno às casas.

Estradas bloqueadas

Cerca de 70 pontos de estradas ficaram bloqueados no final de semana, porém os bloqueios círam 50 na manhã de segunda feira. As rodovias federais bloqueadas são:

BR-116, km 95,7/ São Marcos: interdição de ponte sobre o Rio das Antas;
BR-116, km 103/ São Marcos: queda de barreira;
BR-116, km 175,4/ Caxias do Sul: queda de barreira;
BR-116, km 181/ Nova Petrópolis: bloqueio total;
BR-153, km 412/ Cachoeira do Sul: interdição total da Ponte do Fandango para veículos com mais de 18 toneladas; veículos leves passam em sistema pare e siga.
BR-470, km 331/ Triunfo: água sobre a via;
BR-290, km 107/ Eldorado do Sul: água sobre a via.

Já as rodovias estaduais  com bloqueio total foram as seguintes:

RS 817, km 10/ Alto Alegre: erosão na pista;
RS 324, km 52/ Gramado dos Loureiros: pista danificada devido a erosão;
RSC 480, km 01/ Nonoai: nível do rio subindo rapidamente;
RS 491, km 5/ Marcelino Ramos: deslizamento da encosta;
RS 824, km 10/ XV de Novembro: ponte submersa;
RS 550, km 23/ Pirapó: ponte submersa;
RS 453, km 74/ Boa Vista do Sul: queda de barreira;
RS 129, km 42, 46, 50 e 52/ Colinas: pista submersa;
RS 129, km 19/ Estrela: pista submersa;
RS 130, km 54 e 63/ Cruzeiro do Sul: pista submersa;
RS 129, km 12/ Bom Retiro do Sul: pista submersa;
RS 863, entre km 00 e 10/ Imigrante: pista submersa;
RS 130, km 30/ Divisa entre General Câmara e Venâncio Aires: pista submersa;
RS 421, km 35/ Sério: queda de barreira;
RS 431, km 22/ São Valentim do Sul: ponte cedeu;
RS 851, km 9/ Nova Bassano/Serafina Corrêa: ponte do Rio Carreiro deslocada;
RS 448, km 23/ Nova Roma do Sul: ponte metálica caiu. Trecho está bloqueado desde 1º de setembro, quando ponte metálica foi levada pela força da água;
RS 122, km 41/ São Vendelino/ Farroupilha: queda de barreira;
RS 431, km 13/ Bento Gonçalves: queda de barreira;
RS 124, km 6 e km 9/ Pareci Novo: pista submersa;
RS 452, km 25/ Caxias do Sul: erosão do asfalto


Edição: Marcelo Ferreira