Rio Grande do Sul

IMIGRAÇÃO

Palestina Brasileira: Rio Grande do Sul abriga milhares de imigrantes palestinos e seus descendentes

Documentário acompanha famílias palestinas moradoras do Sul do Brasil que compartilham suas histórias e seu dia a dia

Brasil de Fato RS | Porto Alegre |
Cartaz do documentário "A Palestina Brasileira" - Divulgação filme A Palestina Brasileira

Atualmente calcula-se que a população total palestina é de 6,4 milhões, da qual 2,6 milhões são registrados como refugiados na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, também conhecida pela sigla UNRWA (do inglês United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East). Setenta e três por cento daqueles que evadiram encontram-se em países árabes que têm fronteiras com Israel e seus territórios ocupados.

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Segundo o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, a comunidade brasileiro-palestina tem cerca de 200 mil pessoas. Este número tem por base uma pesquisa recente, encomendada pela Câmara de Comércio Árabe-brasileira. Rabah esclarece que são palestinos e descendentes. “A esta altura a maioria são descendentes”, afirma.

Somente na região Metropolitana de Porto Alegre são 3 mil palestinos. Rabah também afirma que o Rio Grande do Sul é o estado que mais concentra palestinos e descendentes, a maioria deles vive nas fronteiras da Argentina e do Uruguai.

A cidade de Santana do Livramento, fronteira com Rivera, no Uruguai, concentra o maior número. Inclusive publica um jornal bilingue (português e árabe), A Plateia, que foi comprado pelo empresário palestino Antônio Badra em 2002. Até 2017 a impressão era diária, atualmente é semanal. Mas os palestinos praticamente dominam o comércio de cidades como Chuí, Jaguarão, Quaraí, Barra do Quaraí, Uruguaiana, Itaqui e São Borja.

No município argentino de Santo Tomé, província de Corrientes, uma de suas maiores ervateiras, a Las Marias, tem orgulho em anunciar, em um documentário, que seu maior cliente no exterior é a Jordânia, que importa uma grande quantidade de erva-mate. Conforme o documentário da empresa, vivendo na região desde a década de 50, os palestinos adquiriram o hábito de tomar chimarrão e o levaram para seus parentes na Palestina.

Um filme com histórias de dois mundos distantes

Filmado no Sul do Brasil e no Oriente Médio, o documentário “A Palestina Brasileira” revela as raízes de famílias alcançadas pelo apartheid, perseguições e guerras. Questiona sua condição atual, e mostra como homens, mulheres e jovens se situam frente aos seus direitos e aos valores éticos e religiosos de sua cultura tradicional. São narrativas do vivido, que resgatam lugares perdidos e histórias que ficaram para trás. São memórias compartilhadas, que revivem o passado e o quanto dele ainda resta no presente.


Cena do filme "A Palestina Brasileira" / Foto: Divulgação

O filme tem roteiro e direção de Omar L. de Barros Filho e produção de Caco Schmitt e conta a história de seis famílias de imigrantes e refugiados moradores do RS. Como vivem, preservam sua identidade e se relacionam com as sociedades locais? Seus sonhos de paz foram realizados? Pretendem retornar à terra onde nasceram? São algumas das perguntas que norteiam o documentário.

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Essas comunidades originadas na nakba (palavra árabe cujo significado é catástrofe ou desastre) buscam, na diáspora, ao serem expulsas da Palestina, a integração plena e uma nova cidadania no Brasil. Aqui, tratam de sobreviver, crescer e conquistar o reconhecimento por sua contribuição econômica, social e cultural. Sofrem muito com a situação atual de seus parentes que ficaram na Faixa de Gaza.

O documentário de 79 minutos foi disponibilizado gratuitamente no canal do YouTube da CenaUmProducoes. Clique aqui para assistir.


Um Prodo

Edição: Marcelo Ferreira