Rio Grande do Sul

EXPLORAÇÃO

Novo alojamento com trabalhadores da Bahia é interditado em Bento Gonçalves

Caso ocorre uma semana após ação que libertou 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão no município gaúcho

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Local foi interditado por não ter documentação de hospedagem e por risco de incêndio - Foto: Divulgação

Mais um alojamento em Bento Gonçalves (RS) com trabalhadores vindos da Bahia foi descoberto e interditado, nesta terça-feira (28), em ação da prefeitura da cidade e dos bombeiros. Residiam no local 24 trabalhadores que atuam no setor agrícola e afirmam ter vínculo com empresas de Pedro Augusto de Oliveira Santana, que está sob investigação no caso de trabalho análogo à escravidão.

Conforme explica a prefeitura, a interdição se deu por conta da edificação não ter documentação para atuar como hospedagem. Afirma também que a equipe da Assistência Social conversou com as pessoas que residiam no local e que um relatório será remetido às autoridades responsáveis.

Os bombeiros identificaram que o local estava irregular e que corria risco de incêndio. Os responsáveis foram notificados para efetuar a regularização do plano de prevenção de combate ao incêndio em um prazo de cinco dias.

Os trabalhadores afirmam que estão na cidade desde dezembro de 2022 e que ainda não receberam salários. Inicialmente, eles passariam a noite em casa de passagem fornecida pela Assistência Social do município, mas à noite foram levados de van para Garibaldi (RS), onde ficaram em um hotel.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) chegou na casa de passagem pouco depois das 19h para ouvir os trabalhadores e entender a real situação. Ao MTE, o empresário contratante afirmou que custearia a hospedagem no hotel.

Pelo entendimento do Ministério Público do Trabalho do RS (MPT-RS), o caso até o momento não configura trabalho análogo à escravidão, que exige o atendimento de requisitos legais rigorosos. A instituição vai acompanhar o desenrolar do caso.

O novo episódio acontece uma semana após operação da MPT, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária  Federal (PRF) que libertou mais de 200 trabalhadores baianos em condições análogas à escravidão, que atuavam para uma empresa terceirizada que fornecia mão de obra para as vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi, além de produtores locais.

* Com informações da GZH e Sul21


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Edição: Marcelo Ferreira