Rio Grande do Sul

SAÚDE PÚBLICA

Ministra anuncia equipamentos para a oncologia do GHC ao empossar o novo presidente

Nísia Trindade participou da cerimônia de posse do diretor presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, empossou nesta sexta-feira (5) o novo presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello - Foto: Assessoria de Imprensa GHC

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta sexta-feira (5) a destinação de um acelerador linear utilizado para radioterapia e mais R$ 29 milhões para a aquisição de equipamentos e mobiliário para o novo Centro de Oncologia do Grupo Hospitalar Conceição.

O Centro está em fase final de construção e deve entrar em funcionamento em 2024 para o tratamento de câncer pelo SUS. O anúncio foi feito durante a cerimônia de posse oficial do novo presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello, na sede administrativa da instituição.

Na passagem por Porto Alegre, a ministra também anunciou a portaria que vai colocar mais R$ 32 milhões no Orçamento do estado que serão repassados aos municípios dentro do Programa de Redução de Filas para cirurgias eletivas. Com esse recurso, a expectativa é realizar 17 mil procedimentos no RS.

Presente à solenidade, a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, saudou a iniciativa da nova diretoria do GHC que mesmo antes de tomar posse já aderiu ao Programa de Redução de Filas de cirurgias eletivas. “O GHC está dizendo sim ao SUS ao ter aderido a este programa que vai injetar esses 32 milhões no teto do estado, permitindo promover essas cirurgias.” De acordo com Barichello, o GHC vai realizar 2 mil cirurgias dos 17 mil procedimentos previstos neste montante.

Ministra defende unidade nacional em defesa da saúde pública

Durante a cerimônia, a ministra Nísia Trindade ressaltou a importância de retomar o fortalecimento de Sistema Único de Saúde. “Temos desafios imensos a vencer, temos a noção de que precisamos ter uma grande unidade nacional em defesa da saúde pública. O SUS precisa ser uma bandeira de toda a sociedade”, reforçou ao saudar a declaração da OMS decretando o fim da emergência sanitária mundial da covid-19.

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“Não é o fim da pandemia, ao contrário, é uma sinalização que estamos em outro momento, que superamos os momentos mais graves”. Para Nísia, é preciso ter um cuidado com a sociedade como um todo, “principalmente aquela parte que sofre com a desigualdade histórica no Brasil”, destacando as desigualdades estruturais de raça, gênero e classe.

A ministra também destacou outras iniciativas do governo federal na área da Saúde como o lançamento do Mais Médicos (no RS serão 530 vagas) que tem o desafio da inovação e da possibilidade de maior fixação dos profissionais formados no Brasil. Ela reforçou uma frase do presidente da República: “Como disse Lula, o objetivo principal é que os médicos cheguem a quem mais precisa, pois muitas vezes nossa periferia é tratada como se fosse uma região remota”, destacou. “É uma política de retomada, atualizada, porque a sociedade brasileira mudou. E isso já se expressa nesse ministério, que é o ministério com mais mulher na história”, comemorou.

Gilberto Barichello assina três portarias já na posse

Nísia Trindade também elogiou as primeiras portarias assinadas pelo presidente Gilberto Barichello durante a cerimônia de posse. Na oportunidade, foram lançadas três portarias, duas delas voltadas para o enfrentamento à violência de gênero.

A primeira institui Grupo de Trabalho composto por 16 integrantes (oito da direção e oito das representações sindicais das categorias para elaborar Política de Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual no âmbito do Grupo Hospitalar Conceição. A segunda institui Comissão interna para elaborar uma política de atenção, acolhimento e humanização no atendimento às mulheres em situação de violência (doméstica, familiar, urbana) que buscam o GHC. E a terceira portaria reinstala a Mesa Setorial Permanente de Negociação entre entidades sindicais e a diretoria do GHC, para o diálogo permanente entre as categorias e a direção da instituição para tratar das questões relacionadas às demandas das categorias.

O presidente do GHC, Gilberto Barichello, destacou que as Portarias foram construídas com 14 sindicatos que compõem a base das trabalhadoras e trabalhadores em diversas reuniões. “A saúde não se faz com profissões, saúde se faz com equipe. Estou falando de multidisciplinariedade e múltiplas profissões envolvidas, pois é assim que o SUS volta a funcionar”, destacou. “Somos o único hospital que tem mesa de negociação e que terão reuniões ordinárias para discutir as relações de trabalho”, ressaltou.

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“A construção do Sistema Único de Saúde se faz com os usuários, trabalhadores e representações dos trabalhadores”, defendeu. Ele lembrou que foi graças a esse processo que o GHC conseguiu avançar para um reajuste de 38% do vale-alimentação, depois de seis anos de congelamento do valor (foi de R$ 385,00 para R$ 527,68). Barichello também defendeu a urgência de que as organizações enfrentem a realidade do assédio moral e sexual, assim como é uma necessidade que a sociedade incorpore como um problema de todos a violência contra as mulheres.

“As organizações públicas têm que enfrentar e combater o assédio moral e sexual. Saúde pública é enfrentar os problemas de uma sociedade como o machismo e o racismo, e não os colocar debaixo do tapete”, destacou.


A cerimônia contou com a presença de diversos parlamentares, prefeitos, reitores de universidades e representantes da sociedade civil / Foto: Assessoria de Imprensa GHC

Hospital pretende criar centro para atender mulheres vítimas de violência

No caso da violência contra as mulheres ele citou o levantamento da equipe de trabalho que num levantamento preliminar já identificou mais de 5 mil mulheres que deram entrada no GHC em busca de atendimento vítimas de agressões e violações. “As portas de entrada do GHC já registraram mais de 5 mil mulheres vítimas de violência física, sexual, psicológica sem que a instituição tenha para onde encaminhá-las a fim de se proteger dos agressores”, alertou.

O novo presidente informou que o GHC elabora uma proposta para construir uma saída e espera contar com o apoio da prefeitura da Capital e do governo do estado. “Já tivemos audiência com o vice-governador e a prefeitura para construir um Centro de Abrigo e Atendimento para as mulheres que sofrem violências”, destacou ao anunciar que o GHC pretende ainda neste ano estabelecer procedimentos humanizados no atendimento às mulheres, com salas específicas e qualificação dos profissionais para garantir que o ambiente seja de acolhimento no momento de prestar os primeiros socorros.

Além da ministra Nísia Trindade, a cerimônia contou com a presença de diversos parlamentares, prefeitos, reitores de universidades, e representantes da sociedade civil como o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Arthur Chioro, o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Junior, a deputada federal Maria do Rosário (PT), integrante da Mesa diretora da Câmara dos Deputados, o ministro das Comunicações Paulo Pimenta, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Mello.


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Edição: Katia Marko