Rio Grande do Sul

MEMÓRIA

50 anos do Golpe no Chile e assassinato de Allende foram lembrados em Porto Alegre

Cerca de 150 pessoas participaram nesta segunda-feira (11) de um ato de agradecimento ao povo chileno

Brasl de Fato | Porto Alegre |
Plantio da araucária, símbolo do Chile, marcou ato na na praça Salvador Allende - Foto Wálmaro Paz

Cerca de 150 pessoas participaram nesta segunda-feira (11) de um ato de agradecimento ao povo chileno e de reverência à memória do ex-presidente daquele país, Salvador Allende, morto em 11 de setembro de 1973, dentro do palácio La Moneda, onde resistia ao cerco dos militares golpistas liderados pelo general Augusto Pinochet.

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Liderança socialista, Allende iniciou no movimento estudantil do Chile e como parlamentar foi senador, foi candidato a presidente do país três vezes consecutivas, mas não conseguia eleger-se. Foi finalmente eleito na quarta vez em 1970. Durante três anos enfrentou a burguesia local e os agentes da CIA que tentavam derruba-lo, até que em 1973 foi traído pelos seus chefes militares.

O ato aconteceu as 11 horas da manhã na praça que leva o nome de Salvador Allende, criada durante o 1º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, por projeto do então vereador do PCdoB, Raul Carrion, ex-exilado naquele país.

O Venerável Mestre da loja maçônica Salvador Allende, de Porto Alegre, Luís Arthur Aveline, conduziu os trabalhos que foram encerrados com o plantio de uma araucária, árvore símbolo do Chile, ao som de músicas típicas interpretadas pelo conjunto chileno Sikuris. O Consul chileno em Porto Alegre, Aldo Famolaro, esteve presente ao ato e ajudou no plantio da muda trazida pelo ex-prefeito Raul Pont.

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Raul Pont lembrou a lenda kaingang da origem da araucária e sua relação com as gralhas azuis, fazendo uma analogia com a luta do povo chileno. O ex-deputado Raul Carrion recordou o golpe no Chile e a participação do governo dos Estados Unidos nos diversos golpes acontecidos na América Latina durante aqueles anos.

O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, por sua vez, discorreu sobre as duas dívidas do povo brasileiro com o povo chileno: a primeira a acolhida aos fugitivos da ditadura militar, cerca de 3 mil que se exilaram naquele país, e a segunda, a participação de nossos militares no golpe e no treinamento dos militares chilenos na prática de torturas.  

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Também se manifestaram o presidente da Associação dos Exilados e Presos Políticos (AEPP), Sérgio Bittencourt, o presidente da Associação Cultural José Marti, Ricardo Haesbaert, o representante da Associação Riograndense de Imprensa Wálmaro Paz e o vereador Giovani Culau (PCdoB). Por fim falaram os cidadãos chilenos Alex Oyarso e Loreto Fernanda Valenzuela.


Edição: Katia Marko