Rio Grande do Sul

MEMÓRIA

Jango, presidente deposto pelo golpe de 1964, terá estátua em lugar nobre de Porto Alegre

Monumento está pronto, teve os custos pagos pela Fundação Caminho da Soberania e aguarda autorização da prefeitura

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Reunião com Executivo teve a participação de diversas lideranças - Foto: Ascom Prefeitura Municipal

Diversas entidades de áreas da política, direitos humanos e sociais se reuniram com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), nesta terça-feira (2), a fim de solicitar permissão para colocar uma estátua do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964, entre as avenidas João Goulart, Loureiro da Silva e Edvaldo Pereira Paiva, na Orla do Guaíba. A ideia dos movimentos sociais foi bem recebida pelo prefeito.

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Melo prometeu negociar com a concessionária da área para que o ex-presidente fosse homenageado no local pedido. “É um tema que transita com muita tranquilidade no governo. A história precisa ser contada e Jango merece as homenagens. O assunto já vinha sendo tratado há bastante tempo e tínhamos local definido, em frente ao Ministério Público, com o parecer de técnicos da prefeitura. Agora, com o pedido dos movimentos para rediscutir o local, iremos construir com a concessionária, secretarias responsáveis e outros envolvidos um consenso para definir”, explicou ao final da reunião.


João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar de 1964 / Arquivo EBN

O monumento já foi feito e teve os custos pagos pela Fundação Caminho da Soberania, presidida pelo ex-deputado Carlos Eduardo Vieira da Cunha, e aguarda apenas a licença do município para sua implantação. A inauguração da referida estátua figura entre as muitas atividades que estão sendo realizadas no RS em “descomemoração” pelos 60 anos do golpe militar de 1964, quando o presidente do Brasil, o gaúcho João Goulart, foi deposto exatamente em 1º de Abril. Voltaria do exílio morto e já no caixão, em 6 de dezembro de 1976.

Um ofício entregue para a prefeitura e assinado pelos representantes dos movimentos e outros nomes de representantes políticos e sociais pede ainda que a administração auxilie no transporte da estátua e instalação, para que ocorra com segurança. Uma nova reunião na próxima semana está marcada para tratar sobre o tema. 

Estiveram na reunião o presidente da Fundação Caminho da Soberania, o ex-deputado Vieira da Cunha, o diretor do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Afonso Licks, o ex-prefeito José Fortunati, secretários municipais de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, de Parcerias, Ana Pellini, vereadores Abigail Pereira (PCdoB), Giovani Culau (PCdoB) e Márcio Bins Ely (PDT), ex-vereadora Jussara Cony e ex-vereador Raul Carrion. 


Edição: Katia Marko